Ivo Cassol é alvo da CPI da Biopirataria
2005-08-05
A deputada Perpétua Almeida (PC do B-AC) afirmou ontem que membros da CPI da Biopirataria podem visitar a divisa entre o Acre, Rondônia e Amazonas para investigar os crimes ambientais cometidos por empresas do governador de Rondônia, Ivo Cassol. O esquema de notas fiscais e ATPFs emitidas no Acre para esquentar a madeira roubada também será investigado.
A CPI já convidou os empresários Ricardo Stoppe Júnior e Marcos Trentin, antigos donos da Fazenda Fortaleza do Ituxi, a dar declarações em Brasília (DF). O governador Ivo Cassol e três assessores do governo também foram denunciados pela prática de crimes de grilagem de terra e devastação ambiental no município de Lábrea, no sul do Amazonas. Autora das denúncias, a deputada Perpétua Almeida foi quem sugeriu a visita da CPI aos três Estados. A parlamentar tem uma ampla documentação que comprovariam o envolvimento de Cassol nos crimes contra o meio ambiente.
O escândalo da invasão das empresas de Cassol em Lábrea ganhou as páginas dos jornais do Acre e do Amazonas, mas o governador nega a ocupação das terras e os crimes ambientais. Policiais civis e alguns militares lotados no Palácio do Governo para segurança pessoal do chefe do Executivo foram usados nas ações que culminaram na expulsão de trabalhadores da Ituxi. Na manhã de terça-feira, numa solenidade de entrega de veículos à Secretaria de Saúde, Cassol criticou a repercussão do episódio. - Se eu montar uma banca para vender coco, eles vão falar mal de mim -, desabafou. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Cassol não tem autorização para realizar os estudos na área em questão. O Despacho 945, de 2003, foi dado à empresa Concremat Engenharia e Arquitetura, com sede em São Paulo e no Rio de Janeiro. (A Tribuna, 04/08)