Tijolos ecológicos atraem interesse da Prefeitura de São Lourenço
2005-08-05
A Cooperativa de Moradia e Construção Comunitária Ltda recebeu nesta semana a visita do prefeito de São Lourenço do Sul, José Sidney Nunes de Almeida. Ele veio conhecer os tijolos ecológicos produzidos pela cooperativa com o uso de cinza, areia e cal, com a intenção de implantar em São Lourenço um projeto utilizando essa tecnologia. O projeto é para construção de 100 casas populares.
Criada em 1997, a sociedade já construiu algumas casas e vendeu seu produto para construção de outras residências, mas atualmente trabalha para projetos. Está produzindo para o Departamento de Materiais e Construção da Furg, porque sua tecnologia ainda não é conhecida o suficiente para conquistar espaço no comércio. Em função disso, estão no pátio da fábrica de tijolos, localizada no Campus Carreiros da Furg, 26 mil unidades fabricadas pelos seus dez sócios. Conforme Silas Pereira, colaborador da Cooperativa e integrante da coordenação estadual da Central de Movimentos Populares, a dificuldade encontrada para comercialização é o fato de tratar-se de um material não convencional, que ainda não dispõe de mercado.
Este fato está recebendo atenção especial de seus coordenadores. A partir de um convênio com a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE) com a Furg, a Cooperativa e a Fundação de Apoio à Universidade de Rio Grande (Faurg), foi elaborado e apresentado à Caixa Econômica Federal (CEF) um projeto para buscar a aprovação desta tecnologia construtiva. Esse trabalho inclui a realização de testes de durabilidade, resistência, impermeabilidade, segurança e conforto térmico, entre outros. Para tanto, foi montado um protótipo de residência, de um só cômodo, nos fundos da fábrica. Também foram feitos testes na Universidade Federal de Santa Maria. Parte dos itens já foi atendida. A intenção é provar à CEF que o tijolo ecológico tem boa qualidade para construção de moradias e tentar financiamentos por meio do Crédito Solidário para a construção de 40 casas destinadas a cooperados e outros interessados. Conforme Silas Pereira, é um financiamento para famílias de baixa renda.
A tecnologia alternativa - uso de areia, cinza e cal na fabricação de tijolos, foi resultado de uma pesquisa feita em 1993 pelo professor Cláudio Renato Rodrigues Dias, do DMC. A Cooperativa objetiva a geração de trabalho e renda, através da comercialização da produção, e a construção de moradias populares para seus associados em sistema de mutirão. A partir de um termo de comodato assinado entre a Organização Não Governamental (ONG) Moradia e Cidadania, de funcionários da CEF, com a Faurg, a Cooperativa passou a contar com uma nova máquina para confecção dos tijolos ecológicos. Trata-se de uma prensa hidráulica com capacidade para fabricar 350 unidades por hora. (Jornal Agora, 04/08)