Helicóptero que caiu pode ter batido na rede elétrica
2005-08-04
Uma equipe do Departamento de Aviação Civil (DAC) chega nesta quinta (04/8) ao município de Anita Garibaldi, no Planalto Serrano catarinense, para averiguar as causas do acidente com um helicóptero. A aeronave se chocou contra um morro na tarde de quarta e matou os quatro ocupantes. A hipótese da polícia local é que o helicóptero tenha enroscado a hélice em uma das redes de energia elétrica, a um quilômetro do local da queda.
Por volta das 14h, o helicóptero da empresa Helisanta, de prefixo PTH PI, modelo PH 06, se chocou contra um morro na localidade de São Sebastião, matando o piloto Everton Mocelin e os três tripulantes – Carlos Daniel Peixoto, funcionário da empresa Brochad; Paulo Arruda, funcionário do Ibama; e o mestrando da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Ângelo Buchalski.
O agricultor Gilmar Borges Viera, 29, que trabalhava perto do local disse que a hélice principal do helicóptero estava enroscada num cabo de alta tensão. Ele chegou a retirar Carlos Peixoto ainda com vida de dentro da aeronave, que logo em seguida pegou fogo.
O delegado de Anita Garibaldi Nivaldo dos Reis acredita que a aeronave tenha se chocado numa das redes de energia elétrica, localizadas a quase um quilômetro do local da queda. A estrutura mede cerca de 20 metros de altura e está situada num dos morros.
As vítimas estavam na região fazendo inspeções de rios. A área fica a quase 30 quilômetros da barragem de Barra Grande. O helicóptero decolou do aeroporto municipal de Lages por volta das 11h e levou a tripulação para Anita Garibaldi no final da manhã.
O estudante catarinense Ângelo Puchalski, o biólogo gaúcho Carlos Peixoto e o funcionário do Ibama de Brasília Paulo Roberto Arruda estavam envolvidos no projeto de resgate e preservação de uma espécie rara de bromélia, a Dychia distachia, que poderia desaparecer quando for inundada uma área de 93 quilômetros quadrados entre Anita Garibaldi (SC) e Esmeralda (RS) para a construção da Usina Hidrelétrica de Barra Grande.
A equipe participava de uma expedição (a quarta) comandada pelo Ministério do Meio Ambiente, com o objetivo de identificar uma população dessa bromélia fora da região a ser inundada pelo represamento das águas do Rio Pelotas, a partir de uma barragem de 180 metros de altura. Nessa expedição, dois grupos de pesquisadores sobrevoaram a região durante dois dias (terça e quarta). (Diário Catarinense, 04/8)