O desperdício da água atinge 40% do volume captado nos mananciais brasileiros. Esse, conforme o vice-presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes-RS), Darci Campani, é o percentual que some entre a captação e a destinação final. A divulgação das perdas ocorreu ontem, em seminário na Capital que abordou as tecnologias limpas, a reutilização da água e a redução de consumo.

A meta é reconhecer a importância de uma gestão apropriada dos riscos no sistema de água e saneamento. - É preciso reduzir a vulnerabilidade dos recursos em tempos de desastres e emergências, garantindo a disponibilidade e a qualidade -, assinalou Campani. O diretor-geral do Dmae, Flávio Presser, disse que 36% do total captado no Guaíba para tratamento não são registrados nos hidrômetros. A média razoável seria 26%. Presser atribuiu o problema às ligações clandestinas e à redução natural decorrente do processamento. O consumo médio mensal da Capital caiu de 11 milhões de metros cúbicos para 8 milhões de metros cúbicos devido à queda do poder aquisitivo da população, à elevação das tarifas públicas e ao aumento da captação ilegal.

Para combater esse problema, o Dmae desenvolve o programa Água Certa, visando sensibilizar os usuários quanto à importância de regularizar as ligações de água domiciliares. Desde que foi implantado, foram feitas mais de 300 vistorias que resultaram em 25 substituições ou colocações de hidrômetros, em 36 regularizações de ramais e na descoberta de 160 pontos de vazamentos. (CP, 04/08)