O novo ministro brasileiro de Minas e Energia, Silas Rondeau, afirmou em São Luís que considera prioridade a hidrelétrica de Estreito. A declaração foi publicada pelo jornal O Estado do Maranhão, de propriedade da família Sarney, com imagem do ministro indicado pelo PMDB ao lado da senadora Roseana Sarney durante o evento Vale Festejar, patrocinado pela Companhia Vale do Rio Doce - curiosamente a mesma empresa interessada na obra.

O alinhamento federal do governo Lula com a oligarquia de José Sarney causa problemas sérios para a sigla no estado, onde outros partidos como PSB, PDT e PSDB formam uma frente contra o grupo. A hidrelétrica de Estreito, além do impacto ambiental nas paisagens ecoturísticas de Carolina, pode afetar centenas de famílias das comunidades ribeirinhas, extrativistas e indígenas da região. A Vale do Rio Doce também deve ser alvo de estudos dos analistas da Plataforma DHESC, projeto da ONU. Os principais temas serão a proposta do pólo siderúrgico na ilha de São Luís, que pode expulsar 10 mil pessoas das comunidades do litoral e afetar centenas de hectares de manguezais. Outro tema, no interior, será o avanço da fronteira da soja e a contaminação de rios, águas subterrâneas e plantas nativas dos camponeses. (Grupo de Trabalho Amazônico, 03/08)