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2005-08-04
O empresário, consultor e economista Raimar da Silva Aguiar, vice-presidente da Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam), acusou parte da opinião pública, nacional e internacional, de utilizar a ecologia para fins meramente políticos, e não com objetivos científicos, ambientais, econômicos e sociais. A acusação de Raimar Aguiar foi dirigida em carta ao jornalista Juan Arias, autor de um artigo publicado no jornal espanhol El Pais, em sua edição de 28 de maio deste ano. No artigo, intitulado A destruição da selva - a Amazônia da discórdia, o autor afirma que a maciça destruição da floresta põe em questão a capacidade do governo Lula de proteger o maior pulmão ambiental do mundo.

- As fontes onde o senhor obtém seus conhecimentos não são científicas e sim políticas -, rebateu o vice-presidente da Fieam, que é também consultor de empresas e membro do Conselho Temático de Integração Nacional. Acrescentou que, ao ler o artigo de Juan Arias, pôde perceber a grande desinformação de pessoas que vivem distantes e se arvoram em falar de temas que pouco sabem, pouco entendem e pouco conhecem. O seu artigo - diz ele, dirigindo-se ao jornalista espanhol - está eivado de equívocos que faz tirar conclusões, como seria de esperar, precipitadas, incorretas e inconseqüentes.

Observou que, ao contrário do que disse Juan Arias, nem o presidente Lula nem ninguém tenta proteger o pulmão ambiental do mundo (a Amazônia) pelo simples motivo de que a região nunca foi e nem é pulmão nem do planeta e nem dela própria. Também ao contrário do que se tornou um lugar-comum nos meios não-científicos, conforme frisou, a Amazônia tem um balanço físico-químico praticamente neutro, não realizando a função elementar de transformar gás carbônico em oxigênio. - Isso só aconteceria se a floresta se renovasse, o que a maioria dos ambientalistas e os desinformados não querem -, alfinetou.

A carta de Raimar Aguiar, que está percorrendo as entidades representativas empresariais de todo o País, e recebendo apoio incondicional em todas as unidades federativas da Amazônia, acrescenta ainda que, ao contrário do que afirmou o artigo publicado no “El Pais”, não está ocorrendo uma maciça destruição da floresta. - Os pontos que o senhor avalia em 26 mil quilômetros quadrados são áreas impactadas sempre nos mesmos lugares, que se repetem ano a ano e alguns desses desmatamentos já foram substituídos por outra cobertura florestal. Se assim não fosse, a floresta já não existiria há anos -, afirmou o vice-presidente da Fieam.

Aguiar cita como exemplo o seu próprio Estado. O Amazonas, disse ele, com área de 1,5 milhão de quilômetros quadrados, corresponde a 18% do território brasileiro. O impacto sofrido até hoje, conforme frisou, nunca ultrapassou a marca de 2%, onde estão localizadas as cidades, vilas, universidades, bairros, casas, indústrias e outras obras físicas próprias da ocupação humana. - No balanço por satélite da cobertura florestal do último ano, a medição da dita ‘destruição’ foi negativa. Portanto, a sua conta precisa ser revista e as suas conclusões mais bem fundamentadas e observadas -, aduziu.

Observou ainda o empresário amazonense que as fontes que utilizam a ecologia com fins políticos e as pessoas que se dizem preocupadas com a Amazônia nunca fizeram esforço algum para angariar recursos com vistas a melhorar a formação educacional e científica e o nível de vida das pessoas que vivem na região. O que seria, na sua opinião, a melhor forma de conservar a Amazônia e mantê-la para sempre. (O Belém, 03/08)

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