Começa a época de queimadas em Santa Catarina
2005-08-03
Fumaça na rodovia. Os motoristas que trafegam nas BRs 116 e 282 têm que ficar atentos às queimadas nos campos que margeiam as pistas. A prática, proibida pelo Ibama devido ao risco que o fogo pode provocar em áreas residenciais e em matas nativas, ocorre sem controle na região da Serra.
Nos locais onde o fogo se alastra com o vento é raro ver a presença humana. E os poucos que se apresentam para controlar o sinistro negam que causaram a queima. Como é o caso do agricultor João Batista. Na tarde de segunda-feira ele tentava apagar o fogo numa propriedade particular da qual cuida.
Os agricultores mantêm a cultura da limpeza e retirada do excesso da pastagem por meio dessa técnica porque durante o Inverno a vegetação seca devido às geadas, perdendo seu valor nutritivo. Com a retirada da forração, o campo se renova com a brotação verde que surge após 15 dias.
Mas a medida não é recomendada pela Epagri. O chefe da estação experimental da Epagri de Lages, Sadi Nazareno de Souza, disse que a queimada causa empobrecimento do solo e aumenta os riscos de erosão. Ele disse que a alternativa para essa prática secular que está enraizada na cultura do agricultor da região é o uso do sal proteinado. A substância corrige a perda de nutrientes na pastagem nativa durante o Inverno. Esta opção é pouco usada devido ao custo.
Ibama estuda alternativa para produtor
Embora proibida a prática, o Ibama estuda uma alternativa para o produtor que queira fazer uma queimada para recuperar uma área degradada ou mudar o tipo de cultivo do pasto.
O coordenador do projeto Prevfogo do Ibama de Santa Catarina, Isaac Simão Neto, disse que na próxima semana deve ser editado um documento para que o agricultor se comprometa a fazer a queimada seguindo normas de controle de segurança. A Polícia Ambiental vai fiscalizar. (Diário Catarinense, 02/8)