Sementeiras protestam contra Monsanto
2005-08-02
Está engrossando o coro de sementeiras insatisfeitas com o sistema de cobranças de royalties sobre a soja transgênica da Monsanto. Pelo sistema, as sementeiras se transformam em uma espécie de avalista: elas recolhem o royalty e o repassam a Monsanto. Caso o produtor rural não pague, ainda assim elas são obrigadas a bancar a taxa, ou seja, é responsabilidade delas cobrir a inadimplência dos royalties dos transgênicos. A inadimplência dos agricultores com as sementeiras é, em média, de 5% por safra.
Já são três o número de associações que estão orientando seus membros a não assinar o contrato com a Monsanto. A primeira foi a Associação dos Produtores de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul (Apassul). A Fundação Triângulo, de Minas Gerais, já anunciou que fará o mesmo e a Associação Paranaense de Sementes e Mudas (Apasam) provavelmente seguirá o mesmo caminho. As sementeiras só podem comercializar as sementes transgênicas após assinar contrato com a Monsanto. Aqueles que não assinarem poderão buscar seus direitos na Justiça ou então simplesmente vender as sementes como grão para os esmagadores de soja. Caso decidam vender para as esmagadoras, provavelmente o farão com grande prejuízo. Estima-se que cerca de 30, das 500 produtoras de sementes transgênicas, tenham assinado o acordo com a Monsanto. A produção delas corresponde a apenas 10% da oferta de sementes geneticamente modificadas. (GM, 02/08)