Aquecedor solar desenvolvido na Unesp apresenta inovações
2005-08-01
O dispositivo desenvolvido na Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus
de Guaratinguetá, aparenta ser bastante simples. Uma placa em formato
parabólico com 3 metros de comprimento por 1 metro de largura, formada por
uma fina folha de aço recoberta por uma película de polietileno refletivo. É
a parte mais visível de um novo e eficiente tipo de aquecedor solar.
— Além disso, no foco da placa é fixada uma serpentina formada por cinco
canos de cobre enegrecido, com 3 metros de comprimento-, explica Teófilo de
Souza, professor da Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, responsável
pelo invento. — Quando a água passa pelo sistema ela atinge entre 185ºC e
200ºC. Nos produtos similares, a temperatura chega apenas a 60ºC.
Além da novidade representada pela película, a movimentação do aquecedor no
sentido do Sol ao longo do dia é outra das explicações dadas por Souza para
justificar o sucesso do dispositivo. — Além do sensor luminoso, existe um
pequeno motor, usado em furadeiras, para promover o deslocamento da peça. A
energia elétrica necessária nesse caso é bem pequena, mas também estamos
desenvolvendo uma bateria para acionar o mecanismo-, disse o pesquisador à
Agência FAPESP.
Funcionar sem nenhum tipo de energia elétrica é essencial para que a
novidade consiga desempenhar com sucesso uma de suas finalidades,
especificamente em ambientes rurais. — O vapor produzido pelo aquecedor pode
substituir o querosene e o gás de cozinha no funcionamento de geladeiras-,
conta Souza.
Outra utilidade, segundo o responsável pelo projeto que também contou com a
participação de alunos da Unesp, seria em residências que têm acesso à
energia elétrica. Pelas contas do professor de engenharia, o Brasil tem hoje
30 milhões de casas ligadas à rede elétrica. Com cinco pessoas em média,
esses lares gastam em torno de R$ 40 com o chuveiro elétrico, ou 40% da
conta de luz.
— A economia indireta total, nesse caso, pode chegar a R$ 1,2 bilhão-,
calcula Souza. Segundo o pesquisador, como o preço aproximado do seu
aquecedor solar é de R$ 300, não custaria muito para o próprio governo
colocar esses dispositivos nas casas dos brasileiros. — Além disso, em um ano
e meio de funcionamento, ele ainda não precisou de nenhum tipo de
manutenção-, garante Souza, que desenvolveu suas pesquisas no âmbito do
Centro de Energias Renováveis da Unesp de Guaratinguetá. (Agência FAPESP, 31/07/2005)