Furacões ficam mais fortes com o aquecimento global
2005-08-01
O aquecimento global está deixando os furacões mais ferozes? Uma nova pesquisa sugere que sim. Cientistas chamam a descobertas de alarme porque sugerem que o aquecimento global está influenciando as tempestades agora, não em um futuro distante. Contudo, a pesquisa não sugere que o aquecimento global está fazendo surgir mais furacões e tufões.
A análise do climatologista Kerry Emanuel, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), mostra que pela primeira vez que grandes furacões que estão rodando ao redor do Atlântico e do Pacífico desde 1970s aumentaram sua duração e sua intensidade em cerca de 50%. Essas tendências estão intimamente relacionadas ao aumento nas médias de temperatura da superfície do oceano e também correspondem a aumentos nas médias globais de temperaturas atmosféricas durante o mesmo período.
–Quando olho para esses resultados, eles são certamente alramantes, diz o meteorologista Tom Knutson. –São mudanças muito grandes, completa. Knutson, que não esteve envolvido no estudo, trabalha para a Agência Nacional de Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA), junto ao Laboratório de Fluidos Geofísicos em Princeton, Nova Jersey. Emanuel chegou às suas conclusões analisando dados coletados dos atuais furacões mais do que usando modelos de computador para prever comportamentos futuros dos furacões.
Antes deste estudo, a maioria dos pesquisadores acreditava que a contribuição do aquecimento global para os furacões serem poderosos era muito pequena para ser acuradamente medida. A maior parte das previsões não levava em conta a questão do aquecimento global como fazendo diferença significativa em tempestades tropicais em 2050 ou depois. Mas alguns cientistas questionam o método de Emanuel. Uma das causas é que ele não considerou a velocidade dos ventos como informação para justificar os poderosos furacões das décadas de 1950 e 1960 porque os detalhes desses furacões eram inconsistentes.–Não estou convencido de que isto esteja acontecendo, afirma Christopher W. Landesa, outro meteorologista que trabalha para o Laboratório Atlântico Oceanográfico e Meteorológico de Miami. (CNN, 31/7)