Desmatamento no Acre cai em 18%
2005-07-29
Enquanto aumentou o desmatamento na Amazônia, cinco Estados, entre eles, o Acre, conseguiram diminuir o índice, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
No Acre, a redução chegou a 18%. O outro Estado foi o Pará, onde a redução alcançou apenas 2%. A pesquisa do Inpe abrange o período de agosto de 2003 a agosto de 2004. Em 12 meses, no caso do Pará, 26.140 quilômetros quadrados de mata virgem sumiram do mapa, representando um aumento de 6% em relação ao verificado entre os anos de 2002 e 2003.
A redução obtida nos dois últimos anos só foi conseguida, segundo o Ibama, graças ao Plano Nacional de Combate ao Desmatamento. Na direção contrária, Mato Grosso e Rondônia registraram altas de 20% e 23% no desmatamento, respectivamente. Houve diminuição no ritmo de derrubadas no Tocantins (44%), Amazonas (39%) e Maranhão (26%). A pesquisa foi comemorada pelo gerente do Ibama no Acre, Anselmo Forneck. Ele disse que espera uma redução ainda maior até o fim deste ano.
- Algumas ações importantes foram implementadas pelo governo federal nesse sentido e, graças a uma parceria bem ampla entre vários órgãos estaduais e federais, nós conseguimos esse resultado. No entanto, devemos fazer mais, e essa parceria bonita deve continuar -, espera. No geral, o desmatamento de 26.140 quilômetros quadrados na Amazônia brasileira em um ano foi apresentado como o segundo maior da história das pesquisas ambientais. O recorde aconteceu em 1995, com 29.050 quilômetros quadrados desmatados.
Amazônia em risco
Segundo a ONG WWF-Brasil, a área desmatada é pouco menor que a do Estado de Alagoas. Com isso, 17,3% da cobertura florestal da Amazônia brasileira já foi destruída. Parte do potencial florestal brasileiro corre, portanto, o risco de desaparecer antes mesmo de se tornar conhecido. Para o WWF-Brasil, o desenvolvimento sustentável ainda não foi adotado como política para a Amazônia pelo governo federal e por grande parte dos governos estaduais, apesar de constar documentos, projetos e discursos oficiais.
- O Ministério do Meio Ambiente tenta fazer sua parte ao criar áreas protegidas, um mecanismo comprovadamente eficaz, mas não suficiente para frear o avanço do desmatamento e ao propor e defender o projeto de lei de gestão de florestas públicas que está em discussão no Congresso Nacional. É preciso ainda convencer empresas e governos a dar uso social e econômico às florestas de modo efetivo -, diz Denise Hamu, secretária do WWF-Brasil.
A destruição de florestas também tem impacto direto sobre a emissão de gás carbônico e as mudanças climáticas. O Brasil é responsável por 2,51% das emissões de gás carbônico, sem incluir o percentual de queimadas. Quando incluído, o número sobe para 5,38% (segundo dados de 2000 do World Resources Institute), o que eleva a posição do Brasil de oitavo para quinto país emissor. Só as queimadas geram 370 milhões de toneladas de carbono a cada ano. (A Tribuna, 27/07)