(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2005-07-29
O engenheiro florestal, Yugo Marcelo Myakawa, 31, assume hoje interinamente a gerência do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com o que sobrou ou foi erguido no órgão, depois do furacão Curupira. Yugo é formado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e trabalha há dois anos no Ibama na função de analista ambiental. Agora, assume o cargo ocupado por dois meses pelo interventor federal, Elielson Ayres de Souza, que deixa Mato Grosso na sexta-feira (5) e volta para o Rio de Janeiro.

Indicação do interventor, Yugo, segundo Souza, tem todas as credenciais para administrar o órgão. - Ele é de Mato Grosso, técnico do quadro funcional, participou comigo do grupo de trabalho que apurou as irregularidades e conhece todo o trâmite interno do órgão -, disse. Na análise do trabalho dos últimos dois meses, o interventor afirma que foi tempo suficiente para imprimir funcionalidade ao sistema, denunciado como corrupto. Durante todo o processo, Yugo, que já tinha ajudado no início das investigações, atuou como chefe de gabinete do trabalho que chega ao fim com a exoneração de 11 cargos de confiança, o afastamento e possível demissão de 49 funcionários, além de prejuízos materiais, ambientais e sociais incalculáveis para a população. - Fiz uma lista com vários nomes e enviei para Brasília. Indico pessoas para setores que precisam de chefia. E acredito que o escolhido para sentar nesta cadeira (a do gerente do órgão) deve ser um técnico de Mato Grosso. O procurador que apurou por 12 meses as várias irregularidades executadas com a estrutura do órgão, pede dinheiro e recursos humanos.

Num relatório onde explica o que encontrou e como está deixando o lugar, Elielson garante que se não receber R$ 600 mil e 40 funcionários, fora os 60 aprovados no último concurso, o Ibama fechará as portas. - Sem isso não tem como andar. Não sei como será feito e nem de onde essas pessoas virão. O que constatamos é que sem esses números tudo pára. O interventor explica que quando veio para o Estado trouxe 32 pessoas, documentos, indícios de crimes, provas e R$ 200 mil. O dinheiro foi usado para quitar dívidas que não eram pagas há um ano, como a conta de telefone que chegou aos R$ 100 mil. - O que trouxe eu paguei conta de energia, água, obras e o dinheiro acabou. Se quiserem que continue pagando tudo e fazendo a estrutura funcionar, terão que enviar dinheiro.

Sobre as mudanças funcionais, o interventor afirma que quando chegou no Ibama encontrou, só no gabinete, 300 processos parados. - Eram pedidos dos mais simples aos mais complexos. Nós organizamos procedimentos e criamos sistemas para movimentar tudo e agora sabemos quais são as demandas e os nossos limites. Durante a intervenção o grupo teria buscado sistematizar procedimentos para ter controle de documentos e atividades do órgão.

Equipe virá fiscalizar os projetos de manejo
Em agosto, 100 engenheiros florestais pagos com recursos do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) desembarcam em Mato Grosso para vistoriar todos os 1,2 mil projetos de manejo que tramitam no Ibama. A decisão é uma das planejadas depois da operação Curupira e tem como intenção coibir a corrupção, através do controle de dados. O interventor do órgão, Elielson de Souza, explica que associado a esse trabalho, o Ministério do Meio Ambiente também enviará uma equipe de profissionais para mapear todas as áreas indígenas e de conservação do Estado. Depois, esses dados serão cadastrados no Sistema de Controle de Plano de Manejo e Exploração de Floresta (Sisprof), para evitar que em análises futuras, os engenheiros tenham que ir à campo para fazer a checagem das informações. - Com esse sistema tudo será georeferenciado e não será mais necessário se deslocar para verificar se um plano apresentado condiz com a realidade -, explicou Souza.

O interventor afirma que um dos principais problemas relacionados aos projetos de manejo estava relacionado à documentação. - Os donos apresentavam documentos que não comprovavam a posse ou a propriedade. Depois, vinham as maquiagens. Os pedidos apresentavam a localização da área num lugar que não existia para desmatar reservas -, conta. Elielson Souza, acredita ainda que o governo federal continuará dando apoio para a operação. - O trabalho não pode ser abandonado agora. O Ibama também analisa aproximadamente nove contratos da gestão anterior para verificar se existe alguma irregularidade. Entre eles está o da contratação da empresa Carajá, que fez a última reforma da sede, em Cuiabá.

Interventor diz que prata da casa enfrenta rejeição
O procurador federal Elielson Ayres de Souza relata que a indicação do engenheiro florestal, Yugo Myakawa, não teve boa recepção junto ao presidente nacional do Ibama, Marcos Barros. - Eles o teriam achado muito novo, mas, não acredito que esse seja um parâmetro eficiente para escolha. Pois ele é ótimo tecnicamente para a função -, avalia o interventor. Ainda segundo Souza, as últimas pessoas que passaram pelo órgão não deixaram lembranças muito boas. Antes do Hugo Scheuer Werle, que deixa o órgão sob acusação de corrupção, gerenciou o lugar o químico Leôncio Pinheiro da Silva, irmão do senador Jonas Pinheiro. A indicação para o órgão teria sido política, diz o interventor. Antes dele, trabalhou no lugar o engenheiro agrônomo Leozildo Tabajara da Silva Benjamin, funcionário de carreira, que veio do Ibama de Amapá.

Em 2001, o órgão também sofreu uma intervenção com a saída do primo do ex-senador pelo PMDB, Carlos Bezerra, Nivaldo Gomes Bezerra, que perdeu o cargo diante de uma série de denúncias. Para substituir Nivaldo, entrou na função o interventor Reginaldo Anaissi Costa, que ficou pouco tempo no Estado e foi substituído por Leozildo. - Como se vê os que passaram por aqui vieram sem saber nada sobre as atividades do órgão ou sem conhecer a realidade do Estado, quando não, tiveram pouco tempo de mais para fazer qualquer coisa. Por esse motivo defendo que o novo gerente tem que conhecer Mato Grosso e o órgão -, argumentou. O presidente do Ibama em Brasília, Marcos Barros, foi procurado, mas, informou através da assessoria de imprensa que estava em reunião e não poderia falar. O processo de intervenção no Ibama começou assim que foi deflagrada a Operação Curupira, no último dia 2 de junho. O então gerente em MT, Hugo Werle, foi preso em Sinop e já está em liberdade. (Gazeta de Cuiabá, 28/07 )

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -