A comunidade caingangue vai remover uma casa de madeira que está na área interna do Parque do Morro do Osso, na zona sul de Porto Alegre. A decisão foi anunciada pelo vice-cacique Miro Vergueiro, após consultar o representante legal dos indígenas, o advogado Luiz Francisco Barbosa, que também é conselheiro do Movimento de Justiça e Direitos Humanos. A remoção da casa foi determinada pela Justiça Federal.

Os caingangues construíram cerca de dez casas de madeira no local, sendo três no interior do parque, lá estão abrigadas 23 famílias, parte delas oriundas de municípios como Iraí, Nonoai e Tenente Portela. Eles, porém prometem continuar lutando judicialmente pela posse da área. Duas ações tramitam na JF, uma movida pelos índios e outra da prefeitura, pedindo a retirada deles do local. — A Funai se comprometeu enviar à Justiça o laudo antropológico que comprova que o morro foi um sítio indígena no passado. Isso garante nossa posse-, afirmou o cacique Jaime Alves.

A liminar que determinou a retirada da moradia de dentro do Parque é um sinal da Justiça favorável a nossa ação. Provamos aos juiz que a área foi degradada após a presença dos caingangues-, alegou o secretário de Meio Ambiente Beto Moesch. (JC, 29/7)