EUA e países da Ásia terão o seu acordo climático
2005-07-29
Os Estados Unidos pretendem se juntar à China e à Índia em um acordo climático Ásia-Pacífico que pretende substituir o pacto de Kyoto como um método para controlar as emissões de gases de efeito estufa, afirmou ontem um funcionário que participou da conferência anual de países asiáticos em Vientiane, Laos. O novo pacto com cinco membros, descrito como uma iniciativa do governo Bush, agruparia os EUA e Austrália, países desenvolvidos que não assinaram o protocolo de Kyoto, como a China e a Índia, grandes produtores de emissões de gases de efeito estufa.
Embora colaborem muito para a poluição do ar, a China e a Índia não foram obrigadas a assinar o protocolo de Kyoto porque são considerados países em desenvolvimento. O pacto, que deve ser chamado de Parceria Ásia-Pacífico para Desenvolvimento Limpo e Clima, vai juntar como parceiros países que, juntos, representam mais de 40% das emissões desses gases, informou o funcionário, que falou sob condição de anonimato para não prejudicar o anúncio formal. Segundo ele, o acordo será um grande ponto da agenda desta semana do encontro de cúpula da Associação de Países do Sudeste Asiático.
O vice-secretário de Estado, Robert Zoellick, que representa o governo Bush na conferência, deveria chegar ao encontro no último dia 27.
O objetivo do pacto será conter as emissões de gases sem prejudicar o crescimento econômico da região. A principal objeção do governo Bush ao protocolo de Kyoto é que as metas obrigatórias para reduzir as emissões até 2012 causariam muito mal às economias dos países desenvolvidos. Em vez de metas obrigatórias, o novo pacto usaria novas tecnologias para limitar as emissões e tentaria garantir que as tecnologias fossem disponibilizadas para os países que mais precisam delas, afirmou o funcionário. Os integrantes do novo grupo incluiriam alguns dos maiores produtores e exportadores de carvão do mundo, como China, Coréia do Sul e Austrália. (New York Times, 28/7)