– Não nos interessa ter empresas prestadoras que não cumpram com serviços para o povo, disse ontem o presidente argentino Néstor Kirchner, um dia depois que a companhia Águas Argentinas enviou ao governo uma carta com a qual deu por iniciado o processo de rescisão de contrato. O Executivo, assim como havia feito antes a empresa, passou a tomar posição para uma eventual ação indenizatória sumária, de centenas de milhões de dólares.

Em discurso na Casa do Governo, presidente disse: –Quando se percorrem distintos lugares – embora tenhamos avançado muito nesses últimos anos –, muita gente não tem acesso à água. Kirchner acrescentou que as empresas prestadoras de água devem ter muito em conta esse tipo de coisa. E logo ele passou ao tom de ameaças: –Não nos interessa ter empresas prestadoras que não cumpram com serviços do povo, queremos que cumpram e vão ter que cumprir porque vamos tomar todas as medidas e os caminhos que sejam necessários, agregou.

A Águas Suez tem três demandas judiciais contra a Argentina no tribubal arbitral de Ciadi, pelo impacto da chamada pesificação da economia. Uma delas, pela Águas Argentinas, onde não reclama uma quantia determinada, mas que investiu US$ 1,7 milhões. Outro por Águas de Córdoba, concessão cujo contrato acaba de renegociar, por US$ 120 milhões. E um terceiro por Águas de Santa Fe, de US$ 310 milhões. (Clarín, 28/7)