Em Altinópolis, o social e o ambiental andam juntos
2005-07-28
Meio ambiente preservado, regras trabalhistas respeitadas e programas sociais patrocinados pelo Sindicato Rural, em parceria com o Senar e a prefeitura, além de um café de qualidade, levaram a indústria torrefadora Nhá Benta, de São Bernardo, a buscar em Altinópolis (SP) seu primeiro café de origem para exportação. Numa parceria com a Cooperativa dos Cafeicultores de Altinópolis, a Nhá Benta já levou o café da cidade paulista a várias feiras internacionais. O maior trunfo foi expor o produto nas Galerias Lafayette, na França, conta o diretor de Exportações da Nhá Benta, Luiz F. Clerici. Entre os cafeicultores de Altinópolis, há muito ânimo com a parceria. Em várias propriedades, como a de Éder Palma Crivelenti, as lavouras dividem espaço com mata nativa, que tem servido até para melhorar o controle natural de pragas. - Onde há mata próxima, o bicho mineiro nem ataca -, diz Crivelenti. Contando os safristas, que são 70% do total, sua propriedade tem 110 funcionários, todos registrados. Crivelenti estuda, agora, melhorar a infra-estrutura, já dentro dos princípios de sustentabilidade. -Vou construir sanitários, vestiários e refeitório, e dar mais treinamento à mão-de-obra -, diz.
A palavra sustentabilidade nem estava em moda ainda quando o produtor Célio Carril cedeu um terreno para a construção de uma escola de ensino básico, em parceria com a prefeitura, há 25 anos. - É um compromisso meu, não tem nada a ver com interesse econômico -, diz ele, que se orgulha também de ter todos os funcionários registrados, e reserva de mata. Do agrônomo até o pessoal da secagem, Carril faz questão de manter todos atualizados, com cursos de tratoristas, de aplicação de agrotóxicos e de secagem, entre outros. O curso de secagem de café, feito por vários funcionários na safra passada, resultou num bom retorno: - Não tivemos nenhuma perda. Colhemos 13.500 sacas limpas - , diz. (O Estado de São Paulo, 27/07)