Greenpeace quer deter pesca de arrastão no Atlântico Norte
2005-07-28
A organização ecologista Greenpeace quer uma moratória internacional da pesca de arrastão em profundidade nas águas do noroeste do Atlântico, diante do crescente danos ecológico que esta prática causa ao ecossistema marinho. O novo barco da Greenpeace, Esperança, partiu, na última terça-feira (26/7), das proximidades do porto de Halifax, na costa atlântica canadense, rumo às águas internacionais dos grandes bancos, a fim de documentar as conseqüências desse tipo de pesca.
María José Caballero, encarregada da campanha de oceanos da Greenpeace da Espanha, que viaja no Esperança, assinalou que a embarcação permanecerá nas águas da Organização Pesqueira do Atlântico Norte-ocidental (NAFO) até 11 de agosto. –Localizaremos os barcos na área em que está sendo particada a pesca de arrastão e lhes pediremos permissão para subir a bordo e gravar em vídeo espécies capturadas, mas que não são de interesse para os pescadores, que são descartadas, como corais ou esponjas, assinalou Caballero.
Caso as tripulações não autorizem o acesso da Greenpeace a suas embarcações, os ecologistas esperarão até que os descartes da pesca cheguem ao oceano para comprovar quais espécies estão sendo afetadas. O Esperança acaba de finalizar uma expedição similar nas águas do Mar da Tasmânia, entre Nova Zelândia e Austrália, no extremo sul do Pacífico, onde a Greenpeace documentou a destruição causada por pesca de arrastão neozelandesa na região.
No mês de maio passado, as autoridades espanholas ofereceram a suspensão temporária das atividades de suas frota pesqueira de fundo naquelas zonas em que os ecossistemas marinhos são vulneráveis. Caballero destacou que a posição espanhola avançou de forma significativa, nos últimos meses, mas a Espanha continua se opondo à moratória proposta por cientistas ao querer proibições caso a caso, para que depois se prove que o ecossistema resultou prejudicado. Por sua vez, o ministro de Pesca canadense, Geoff Reagan, assinalou que não existem provas científicas de que os arrastões danificam o fundo do mar. Desta forma, negou-se a assumir uma moratória para a frota pesqueira canadense.
Sobre a posição canadense, Caballero recordou que, desde 2003, existe um estudo científico que demonstra os danos que a pesca de arrastão causa em espécies como corais e em outros pontos de grande diversidade biológica. (El Mundo, 25/7)