Incêndio destrói uma das maiores plataformas de petróleo da Índia
2005-07-28
Pelo menos 10 pessoas morreram e 367 foram resgatadas
desde a explosão seguida do incêndio de uma das
maiores plataformas de petróleo da Índia, localizada
no Mar Arábico, perto da costa ocidental do país,
segundo informações da Guarda Costeira. O acidente
ocorreu por volta das 4h30 desta quarta-feira (27/7),
horário local. A zona ocidental da Índia está sendo
coberta por chuvas monçônicas de grande intensidade
— a maior do último século. Em razão do mau
tempo, com ventos muito fortes e ondas gigantescas, um
barco chocou-se contra a plataforma, causando o
incêndio devastador. Porém, além desta versão, dada
por alguns veículos de imprensa local, existe uma
outra, da cadeia de notícias NDTV, segundo a qual o
fogo originou-se da colisão de duas plataformas unidas
por cabos.
De qualquer maneira, os especialistas já identificam
nesta ocorrência uma catástrofe ecológica, devido à
alta contaminação que está gerando. A plataforma -
pertence à empresa estatal India Oil and Natural Gas
Corporation - está situada a uns 160 quilômetros das costas
de Bombaim, a segunda cidade mais importante da Índia
e um poderoso centro financeiro.
Esses campos de petróleo são considerados os mais
importantes da Índia, e as perdas econômicas já são
dadas como imensas. A plataforma destruída produzia
entre 80 mil e cem mil barris diários, cerca de 15% do
petróleo cru que diariamente é extraído na Índia
(aproximadamente 660 mil barris). Trabalhavam na
plataforma, geralmente, entre 300 e 400 pessoas. No
momento do incêndio, encontravam-se lá 385
pessoas.
Devido às fortes monções, acompanhadas de chuvas, as
comunicações entre o continente e a zona da catástrofe
não funcionam. A Guarda Costeira e a Marinha enviaram
oito embarcações ao local do acidente, e aviões
salva-vidas também foram destacados para os resgates.
No total, 367 pessoas foram retiradas da plataforma,
algumas delas em circunstâncias dramáticas. Duas ou
três estão desaparecidas.
—Retiramos pessoas do mar, entre elas havia
algumas que haviam se jogado na água e lá permaneceram
por mais de 12 horas, contou Madanjit Singh,
vice-almirante do Comando Naval do Oeste da
Marinha.
O ministro indiano do Petróleo, Mani Shankar Aiyer,
disse, ontem à noite (27/7), que alguns dos
trabalhadores conseguiram escapar em botes salva-vidas
e outros lançaram-se ao mar, tomados de pânico. Também
houve incêndio em uma plataforma vizinha. Conforme um
porta-voz da Guarda Costeira, o incêndio estava sob
controle. As operações de resgate continuaram durante
a noite de ontem (27/7) e ainda prosseguem, apesar do
vento forte.
Até agora, a maior catástrofe deste tipo havia
ocorrido em 27 de março de 1980 na Noruega: durante
uma tormenta, quebrou-se um pilar da plataforma
Alexander Kielland no campo de Ekofisk. Esta estrutura
era utilizada como hotel flutuante e centro de
recuperação de equipamentos para a plataforma Edda.
Das 212 pessoas que haviam a bordo, 123 não puderam
ser resgatadas: foram encontrados 75 cadáveres e 48
pessoas permaneceram desaparecidas.
Segundo oficiais do governo, será necessário pelo
menos um ano para reerguer a plataforma, responsável
pela sétima parte da produção de petróleo na Índia.
(Fontes: Clarín; Townsville Bulletin, 28/7)