O Banco da Amazônia terá mais uma fonte de subsídios para orientar sua política de crédito para o setor florestal. Em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), esta sendo executado este ano e em 2006, projeto de pesquisa para selecionar experiências em reflorestamento, sistemas agroflorestais e de manejo florestal em execução na região, para a formação de um banco de dados que irá fornecer informações sobre os principais sistemas silviculturais em uso e gerar índices técnicos regionais para essas áreas. O objetivo é valorizar a variável ambiental nos projetos que recebem financiamentos do banco, de modo a promover o desenvolvimento em bases sustentáveis na região amazônica. Os índices técnicos obtidos na pesquisa serão consolidados em um seminário regional com a presença de todos os participantes do projeto e posteriormente publicados, para aplicação, em primeira instância, em treinamentos de técnicos do Banco da Amazônia responsáveis pela análise de projetos do setor florestal.

Além dos dados obtidos em campo, dados secundários serão obtidos por consulta bibliográfica, entrevistas com produtores e empresários e estatísticas e séries históricas e cadastros em poder do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

INDICADORES - O setor florestal é considerado um dos mais expressivos segmentos do agronegócio brasileiro, responsável por cerca de US$ 23 bilhões anuais da economia nacional (cerca de 4,5% do Produto Interno Bruto - PIB) e por uma contribuição de US$ 5,6 bilhões nas exportações do país (8% do total), com saldo líquido de US$ 4 bilhões. Apesar desses indicadores positivos, a base produtiva na Amazônia vem sendo rapidamente deprimida, ou seja, a cada ano são perdidos, em média, 2 milhões de hectares de floresta nativa para a agricultura e a pecuária.

Além disso, as áreas de floresta plantada diminuíram ao longo dos anos 90 em 121 mil hectares por ano. São hoje 6,4 milhões de hectares de áreas reflorestadas, implicando que, para cada 3 metros cúbicos de madeira consumidos no Brasil, somente um provém de uma floresta plantada. Mais ainda, só 4% dos 30 milhões de metros cúbicos de madeira retirados anualmente de florestas nativas foram produzidos com técnicas de manejo florestal sustentável. A renda do setor florestal poderia ser muito maior se mais produtos com selo verde fossem destinados ao mercado externo.

Esses dados, fornecidos pela Embrapa, justificam a importância do projeto de pesquisa em curso, pois a insuficiência de informações técnicas sobre o manejo correto das florestas e a falta de sistematização de índices técnicas para que se possa avaliar a produção impedem as melhorias técnicas no setor florestal, capazes de melhorar o manejo florestal, garantindo-lhe maior sustentabilidade em todas as etapas da cadeia produtiva dos sistemas silviculturais. Trata-se, portanto, de criar parâmetros técnicos para aferir a sustentabilidade das solicitações de créditos apresentados ao Banco da Amazônia. (Amazônia.org.br, 26/07)