PROJETO DESENVOLVERÁ MODELO PARA RESTAURAÇÃO NO ENTORNO DE AEROPORTOS
2001-09-10
Desde fevereiro deste ano, um projeto de pesquisa inédito está sendo realizado sob a coordenação do professor Paulo Y. Kageyama, do Departamento de Ciências Florestais da ESALQ/USP, em parceria com as Secretarias de Meio Ambiente e de Transportes do Estado de São Paulo. O trabalho vem sendo desenvolvido numa área de 90 hectares do novo aeroporto de Bauru, que será o segundo maior do estado de São Paulo. Além de promover a ação compensatória pela retirada de árvores nativas, este projeto desenvolverá experimentos que mostrarão o modelo ideal de restauração de florestas em aeroportos, que têm suas peculiaridades, como o tamanho das árvores, por exemplo. Na primeira etapa do projeto já foram plantados 20 hectares de floresta de rápido crescimento, com quatro tratamentos diferentes. A segunda etapa, que será no segundo ciclo de chuvas deste ano, terá outros cinco tipos de tratamentos. A engenheira agrônoma Mônica Cabello de Brito, que faz parte do projeto, explica que a implantação de vegetação ao longo de aeroportos exige atenção para alguns detalhes técnicos. - Em outros aeroportos do estado de São Paulo, onde foram plantadas árvores que crescem em torno de 15 metros, atualmente estão ocorrendo problemas na rampa visual para pouso e decolagem de aviões, exigindo uma poda constante, o que aumenta os custos e danifica a floresta, explica a pesquisadora, referindo-se à questão da necessidade de escolha das espécies mais adequadas. Neste projeto estão sendo usadas nos experimentos 100 espécies diferentes de árvores, que é muito além do utilizado para pesquisas desse tipo. - Para nós esta é uma oportunidade inédita de implantarmos experimentos numa área grande, possibilitando diversos testes, diz. No total serão realizados nove tratamentos diferentes de floresta, com 10 hectares cada um. Esses tratamentos consistem em uso e não uso de herbicida, utilização de espécies econômicas, ilhas de diversidade, espaçamentos etc. O projeto terá duração de dois anos e poderá ser estendido a outros aeroportos. Além do desenvolvimento deste modelo ideal para implantação de floresta em aeroporto, a equipe do projeto está apoiando as tomadas de decisão que envolvam o meio ambiente, sempre buscando minimizar impactos ambientais. O aeroporto será futuramente uma área demonstrativa para a Universidade, que poderá levar alunos para visitas.