Eucalipto X Pecuária no Rio Grande do Sul
2005-07-27
Não sei se este cálculo, divulgado pela Aracruz, se adapta ao Rio Grande do Sul, mas é interessante: a pecuária de corte representa um valor de produção de R$ 800,00 por hectare ao ano, enquanto o eucalipto gera quase o dobro, um valor de produção de R$ 1,5 mil por hectare ao ano. Diante disso, produtores rurais do Espírito Santo estão optando pelo plantio de florestas em áreas de solo degradado. Antes a maioria optava pela implantação de pastos.
Além da rentabilidade, a floresta ganha em geração de empregos. Enquanto a pecuária gera em média 0,03 empregos diretos por hectare, na floresta plantada o número de empregos por hectare sobre para 0,07. Mesmo assim, o espaço dedicado à silvicultura (pouco mais de 7% da área agricultável do Espírito Santo) é pequeno, comparado àquele destinado a pastagens (em torno de 62%). A Aracruz está mostrando aos gaúchos que plantar eucaliptos é um bom negócio. Mas as notícias sobre novos investimentos em florestamentos no Rio Grande do Sul chamam a atenção para um paradoxo típico brasileiro. Estamos plantando árvores no pampa, área nobre para a criação de gado, e derrubando árvores na Amazônia, para plantar pasto e criar gado em terras de fácil deterioração quando falta a natural cobertura florestal. Pense nisso! Os primeiros eucaliptos, árvore então desconhecida no Brasil, foram plantados no Rio Grande do Sul em 1868. (JC, Danilo Ucha, 27/07)