África do Sul recupera terras e águas com trabalho de desempregados
2005-07-27
Em uma estrada de chão vermelho na Reserva Natural de Baviaanskloof, na África do Sul, Mike Powell repentinamente freia e ruma e direção a uma enorme paisagem coberta de flores rosadas. Ele faz parte de programas de reabilitação ecológica da África do Sul, que visam a colocar pessoas desempregadas em áreas úmidas e de reflorestamento para recuperarem o meio ambiente.
Baviaanskloof significa Vale dos Baboons, em língua africana. Plantas alienígenas invasivas são um problema preocupante na África, pois elas retiram espaço da vegetação nativa e sugam a água de que os humanos também necessitam. Elas são um dos mais graves problemas ambientais de programas como o gerenciado por Powell, pioneiro de uma nova abordagem ecológica na África: a agricultura de conservação.
Em 1995, o governo da África do Sul começou um programa chamado Trabalhando pela Água, no qual pessoas desempergadas eram contratadas para retirar vegetação alienígena de importantes áreas florestais em Cape Town. Um simples eucalipto consome até 100 galões de água por dia, de modo que a remoção de árvores com esta é como restaurar água ao sistema. –Rios que não corriam há 30 ou 40 anos começaram a fluir outra vez, assinala o fundador da ONG Trabalhando pela Água, Guy Preston.
O programa agora opera em toda a província sul-africana, com um orçamento anual de US$ 60 milhões. Inspirou um grupo de programas correlatos que podem mudar a face dos sistemas de conservação em todo o continente. Seu objetivo não é apenas restaurar os ecossistemas, mas utilizá-los em benefício dos seres humanos. (NY Times, 25/7)