O valor da ecologia
2005-07-26
Numa época em que tudo se define por interesses econômicos, o movimento ambientalista também precisa se valer dos fatores financeiros para fortalecer sua luta pela conservação da natureza. No caso da Mata Atlântica, como os últimos remanescentes florestais estão nas mãos de particulares, esta ferramenta é ainda mais valiosa.
Ao desenvolver, a pedido da Fundação SOS Mata Atlântica, o estudo Valoração Econômica dos Serviços Ecossistêmicos e dos Recursos Naturais da Mata Atlântica, o secretário executivo da Rede Brasileira Agroflorestal (Rebraf), Peter May, indica que o instrumento visa integrar a sustentabilidade com as decisões individuais e o desenvolvimento de políticas públicas. Segundo May, a valoração pode ser aplicada para avaliar o impacto das atividades humanas nos recursos naturais e auxiliar na internalização dos benefícios gerados para as comunidades pelos produtos dos ecossistemas. Assim, proprietários de terra ganham melhores condições para negociar compensações por proteger a biodiversidade. May também defende a adaptação de modelos que reflitam a diversidade dos processos socioambientais. Desta forma, será possível construir sistemas interpretativos que evidenciem os efeitos da degradação ambiental sobre o bem-estar humano. (Isto É, 25/07)