Gerente da Shell fala em gás brasileiro para exportação
2005-07-25
O Brasil tem potencial para ser exportador de gás e um país importante nesse mercado mundial, na opinião do gerente de exploração da Shell na América do Sul, Graeme Smith. Em palestra à Câmara Britânica de Comércio e Indústria (Britcham), o executivo ressalvou que não será fácil desenvolver esse potencial porque os custos de produção de gás no Brasil são altos, em razão, principalmente, de as reservas estarem em águas profundas e de haver desafios tecnológicos. — Para ter gás para o mercado doméstico e exportar, o preço do gás no Brasil deverá ser competitivo, alto-, ressaltou Smith, para compensar e encorajar o investimento na sua produção.
O gerente observou que vários países disputam investimentos no setor e citou vários locais entre os que competem por esses recursos, entre os quais Catar, Egito, Rússia, Venezuela, Irã e Mar do Norte. Smith considera que o País tem vantagens sobre outros países no quesito estabilidade, em que avalia que o País é bastante bom, muito melhor que alguns outros países - mas tem pontos negativos nos sistemas tributário e legal.
O executivo informou que a Shell começará em setembro a furar um poço de avaliação na Bacia de Campos, no bloco BC-10, no qual é parceira da Petrobrás e da Exxon, para, dependendo das condições que encontrar, produzir comercialmente a partir de 2009.
Já foram feitas cinco descobertas técnicas de petróleo na área do BC-10, que é do tipo pesado. Smith afirmou que a Shell também avalia as condições de extração de petróleo no bloco BS-4, na Bacia de Santos. Neste bloco, onde a parceria é com a Petrobrás e a Chevron, já foi feita uma descoberta técnica também de óleo pesado. - Precisamos tomar decisão até o fim deste ano ou início do ano que vem, disse Smith, sobre se a Shell vai produzir ou não no BS-4. Se o fizer, o primeiro óleo deve ser produzido no final de 2011. (O Estado de S. Paulo, 22/07)