A ambientalista Kathia Vasconcellos Monteiro, do Conselho Diretor do Núcleo Amigos da Terra Brasil, mostra-se temerária com o teor do projeto de lei que estabelece a concessão de florestas públicas para exploração sustentável da iniciativa privada. Defende a necessidade de reestruturação do Ibama para que o órgão possa fiscalizar a execução dessas regras, caso a proposta seja aprovada pelo Senado.

Conforme a ambientalista, é preciso adotar mecanismos que assegurem o fim da abertura de clareiras na floresta para a construção de estradas e da grilagem. - Creio que a medida representará novos problemas. O diretor do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, engenheiro florestal Antônio Carlos Bueno e Souza, duvida que a proposição atingirá o RS. Segundo ele, estudo feito pela Faculdade de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Santa Maria apontou a existência de apenas 17,5% de coberturas florestais no RS. - As áreas estão concentradas na Serra Geral, em um eixo entre Torres e Santa Maria e nos municípios por onde cruza o rio Uruguai. Das áreas apuradas pela UFSM, 6% são efetivamente florestas de mata nativa. O secretário municipal do Meio Ambiente, Beto Moesch, avalia o projeto como uma visão moderna de gestão de florestas. Espera que recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal possam ser aplicados na criação de reservas biológicas. (CP, 24/07)