Áreas protegidas são devastadas para plantação de eucaliptos
2005-07-25
Áreas de preservação de Imaruí, Sul de Santa Catarina, são devastadas para dar lugar à exploração madeireira. A denúncia é do secretário de Pesca, Aqüicultura e Meio Ambiente do município, Joacir do Amaral, que afirma que terrenos estão sendo comprados para plantação de eucalipto. Grande parte do território de Imaruí é protegida por lei. Além de fazer parte do Complexo Lagunar e conter áreas de mangue, também abriga parte do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. — Como os terrenos aqui são mais baratos, empresários de Tubarão, Criciúma, Florianópolis, Laguna e de outras cidades próximas compram terrenos em áreas de preservação permanente para plantação de eucalipto -, acusa.
Amaral afirma que alguns dos novos proprietários sabem que não podem desmatar o local. - Ali existem árvores como cedro, canela e peroba. Todas de alto valor comercial, mas protegidas por lei -, lembra. O secretário já alertou órgãos ambientais, mas vê pouco resultado. - A Polícia Ambiental faz sua parte. O problema é que a multa é muito baixa para quem vai obter lucro tão grande. Simplesmente pagam e continuam a atividade -, lamenta. A multa mínima de crime ambiental é de R$ 1,4 mil. Para casos de desmatamento, os valores chegam a R$ 5 mil. Mesmo assim, não incomoda os empresários.
Segundo o coordenador interino da Fatma em Tubarão, Rui Bittencourt, somente uma pessoa tem autorização de corte de árvores em Imaruí e novos pedidos estão suspensos. Entretanto, a própria Secretaria de Desenvolvimento Regional encaminhou denúncia de desmatamento irregular. — A secretaria vai encaminhar fotos para analisarmos e ver se é o caso de irmos até o local -, explica Bittencourt. - Pode até ser que essa pessoa que tem autorização de corte esteja desmatando além do permitido -, observa. Bittencourt afirma que todo corte não autorizado gera multa e embarga os trabalhos. (A Notícia, 22/07)