Um grave incêndio registrado na província de Cáceres - o segundo ocorrido na Espanha em menos de uma semana - está obrigando o governo local a desalojar centenas de pessoas. Segundo o presidente da Junta de Extremadura, Juan Carlos Rodríguez Ibarra, trata-se de uma ocorrência intencional. Ele está requerendo que o governo central, em seu novo decreto contra incêndios, deixe claro que, nessas ocasiões, alguém mande sobre todos os poderes. A falta de autonomia das províncias, em situações emergenciais, acaba atrapalhando o combate ao problema e o socorro às vítimas.

Cerca de 300 pessoas das vizinhanças de Navalvillar de Ibor permanecem longe de suas casas desde o início da noite de ontem (21/7). Ibarra quer mais competências para as comunidades para fazer frente a situações como esta. Estão ativos dois focos grandes, dos seis registrados durante a noite, mas não foi apontado perigo para os habitantes.

Segundo informações da Junta de Extremadura, o incêndio é devastador na localidade de Navalvillar de Ibor, embora os efetivos anti-incêndio tenham trabalhado toda a noite após retirados os meios aéreos de combate.

— Prefiro que queime metade de Extremadura do que morra alguém-, disse Ibarra. — Mas neste país, isto não tem importância, o que tem importância é se o conselheiro ou o presidente da Junta atuam correta ou incorretamente, ironizou.

A Junta de Extremadura declarou, à noite, situação de emergência em nível 2 de gravidade para os municípios afetados pelos incêndios na zona de Villuercas e Ibores. O incêndio de Navalvillar de Ibor está descontrolado, é de grande intensidade, apesar dos trabalhos realizados durante a noite. As cerca de 300 pessoas da localidade que foram evacuadas do município ontem à noite, pernoitaram em um pavilhão poliesportivo de Navalmoral de la Mata, depois de terem sido atendidas. Algumas delas sofreram ataques de ansiedade e foram atendidas pela Cruz Vermelha. (Fonte: El Mundo, 22/7)