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2005-07-22
Por Lara Ely

Quanto você está disposto a aceitar para conviver com o risco de ter vazamento de combustível no local onde mora? Esta foi uma pergunta proposta pelo professor James Kahn, da Washington and Lee University em questionário aplicado aos moradores de comunidades ribeirinhas em mais de 360 km de extensão do Rio Solimões. O resultado foi apresentado em palestra sobre Economia do Meio Ambiente, do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Economia da UFRFGS, na última quarta-feira, dia 20, em Porto Alegre.

O estudo foi um termômetro para medir a disposição da população em aceitar compensações de eventuais poluidores, como a Petrobrás. O valor de dano pelo uso direto que a empresa deveria pagar às populações ribeirinhas foi medido e revertido em valores referente às necessidades de consumo da população local.

A idéia consiste em mostrar que a qualidade ambiental não é necessariamente um bem de luxo. O pesquisador rejeita a hipótese apresentada por um dos economistas influentes do Banco Mundial, Lawrence Summers, em 1992, de que populações com baixa renda têm baixa demanda por qualidade ambiental.

Quando os povos indígenas são afetados por algum impacto ambiental, foi verificado que o pagamento em dinheiro nem sempre é a melhor forma de ressarcimento. — Ao falar com os moradores das populações ribeirinhas, identificamos uma demanda muito grande por melhores condições de educação e saúde. Constatamos também que a economia de subsistência é uma economia de troca e que o melhor que se poderia dar a eles é o combustível para seus barcos, que interessa para sua sobrevivência. Gasolina e diesel são uma ferramenta de trabalho indispensável para aquela gente sobreviver -, afirmou Kahn.

Através de um sistema de amostragem aleatório, em quatro diferentes segmentos, foram respondidos 1.008 questionários, e obtidas 12.000 observações para serem discutidas.

Uma das conclusões antropológicas do economista é que a noção de valor é diferente para cada comunidade. O que vale muito para uma, pode não valer absolutamente nada para outra.

Os estudos de valorização das pequenas comunidades geralmente ocorrem pós-fato, quando já existe o dano e surgem os propósitos de análise. O diferencial deste estudo é que ele diagnostica a situação antes de acontecerem os impactos ambientais.

- Melhorar a qualidade de vida da comunidade precisa de mais renda e investimentos em saúde e saneamento ambiental. Estas são as implicações das políticas públicas. Os governos deveriam incluir os valores dos cuidados com o meio ambiente no desenvolvimento econômico das pequenas comunidades – afirmou o professor.

Ali, nestas populações, felizmente, ainda não houve vazamento, por isso, o estudo serve como amparo para as comunidades caso algum dia passem por alguma situação de desconforto. O pesquisador está planejando pelos menos mais quatro análises dentro do mesmo assunto, que será explicado em papers no futuro. A continuidade se dará através da abordagem de assuntos como o valor direto dos impactos, os métodos utilizados, aperfeiçoamento das táticas e o manejo dos bens públicos.

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