ONG abre sede e começa a atuar no Rio Grande do Sul
2005-07-22
Por Lara Ely
O Instituto Portal Ambiental é a mais nova organização ambientalista que chega ao estado. Está criando seu espaço em uma sala do bairro Petrópolis, na capital gaúcha, local onde os voluntários e participantes poderão encontrar-se para trocar figurinhas. Até agora, a instituição que se define como representante do terceiro setor conta com a participação de nove integrantes, profissionais de diferentes áreas, com qualificação no Brasil e no exterior.
Entre os dias 20 a 24 de julho, a casa estará aberta para visitações. O local tem até nome bonito: Sala Substrato. Uma espécie de sede da ONG, disponibilizado para que as bases fortaleçam as parcerias, manifestem interesses, contribuições e, principalmente, encontrem soluções através de ações interdisciplinares para salvar o planeta.
O foco de ação da ONG é a região dos Aparados da Serra. Eles já compraram um terreno de 18 hectares para fazer a RPPN (Reserva Particular de Proteção Natural), que fica no entorno do parque e dá continuidade à ação dos órgãos ambientais já desenvolvidos ali.
Até agora este é o único projeto do Instituto Portal Ambiental que está em andamento. Chama-se Programa Conservação do Parque dos Aparados da Serra. A área fica localizada no município de Mampituba (RS). A idéia é fazer deste local algo parecido com o que fez José Lutzenberger no Rincão Gaia, paraíso ecológico criado no município gaúcho de Pântano Grande pelo ambientalista para sediar a ONG Fundação Gaia. No local, empresas e escolas levam seus funcionários para assistir cursos, seminários e colóquios sobre o meio ambiente.
Além das diversas figueiras gigantes e da rica biodiversidade, a RPPN abriga uma cachoeira de 50m e uma trilha ecológica, feita por um biólogo de SP. O mapeamento por GPS ficou a cargo de um geógrafo de SC, ambos voluntários.
Além da educação ambiental, geração de emprego e renda para a comunidade local e conservação das nascentes do Rio Mampituba, o desenvolvimento cultural também é uma das diretrizes a serem trabalhadas pelo Instituto. Através da iniciativa chamada Música nos Parques, já aprovada pela Lei Rouanet, eles pretendem fomentar a valorização dos músicos locais.
Patrocínio
Ainda não há nenhuma empresa financiando a ONG, mas três organizações parceiras viabilizam a realização das atividades. São elas a Kaetê (operadora de turismo, que viabiliza o transporte), Refúgio Ecológico Pedra Afiada, em Praia Grande (pousada que hospeda o pessoal), e a Bem Estar (produtos orgânicos e serviços de saúde alternativos).
Visual verde
A causa ecológica está estampada até no visual da sala Substrato. O local é decorado com artesanatos de artistas plásticas que contribuem para a tão almejada sustentabilidade. Enquanto Ana Flores expõe suas canecas em cerâmica pintadas com tintas desprovidas de aditivos químicos, não cancerígenos, Josephina Flávia Dalcin Kern reutiliza vidros e espelhos para moldar peixes em um de seus quadros.
Liderança ecológica
O diretor executivo da ONG, Daniel Conrado, é Administrador de Empresas formado pela UFRGS, Mestre em Gestão Ambiental pelo People College Institute, na Dinamarca. Ele conta que a motivação pelo trabalho ambiental veio junto da bagagem que trouxe de fora. – Lá conheci um professor indiano que me instigou a aliar a paixão de minha vida à minha profissão. Quando voltei, decidi me aliar com as pessoas que já faziam disto seu trabalho e resolvemos fundar esta ONG-, conta. Antes de viajar para o exterior, Conrado morava em Campo Grande (MT) e trabalhava com consultoria em gestão ambiental e como professor em duas universidades. Continua ligado a uma delas, a Universidade das Nações Unidas, onde realiza trabalhos eventuais. Daniel é o responsável pela criação da primeira disciplina obrigatória de Gestão Ambiental na Faculdade de Administração, na UNIVATES, em Lajeado - RS.
Ele conta ainda que o Furacão Catarina, fenômeno climático que arruinou parte do sul de SC em 2004, arrancou árvores gigantes da propriedade e que o primeiro investimento da ONG foi corrigir os danos causados pelo furacão. Várias árvores nativas foram arrancadas.
Sobre os principais problemas da região, estão a cultura de agrotóxicos, a poluição na nascente do Rio Mampituba e a caça de animais silvestres. Entre as principais espécies da região estão as raposas do mato, preás e pássaros.
Mais informações sobre o INSTITUTO PORTAL AMBIENTAL podem ser adquiridas na Av. Cel. Lucas de Oliveira, 2181, sala 201, bairro Petrópolis, Porto Alegre/RS, pelo telefone/fax (51) 33 33 56 90, ou pela página www.portalambiental.org.br.