Grã-Bretanha enfrenta alerta de seca
2005-07-19
Existe água, muita água, mas quente e misturada a
muito barro. A figura desoladora da estiagem na
Grã-Bretanha traz um alerta depois do inverno mais
seco dos últimos anos, e de uma primavera que traz um
dos piores índices de chuva das últimas três dácadas. O
leito do reservatório de Weir Wood, perto de
Grinstead, em Sussex, mais parece uma paisagem de
deserto africano. Ele é a principal fonte de
abastecimento para 25 mil lares - cerca de 60
mil pessoas - na cidade de Crawley. Já o
reservatório da Southern Water está com 40% a menos de
sua capacidade normal.
A companhia que abastece mais de 2 milhões de
consumidores no sudeste anunciou nesta semana o
banimento de reservatórios domésticos e carros de irrigação, a
fim de poder lidar com uma das piores secas na região.
Teme-se que haja mais corte de abastecimento neste
verão. Cinco das oito empresas de abastecimento de
água do sul da Inglaterra impuseram restrições, e
outras deverão segui-las.
A estiagem tem sido severa. Em oito meses, de novembro
ao final de junho, os condados de Surrey e Sussex
tiveram apenas 58% da média normal de chuvas para o
período; foi o inverno mais seco desde 1975-76, e o
terceiro mais seco dos últimos cem anos. Todo o sul do
país, incluindo Londres, não ficou para trás desta
situação. No domingo (17/7), a Thames Water, a maior
companhia de abastecimento de água que serve a capital
e mais de 10 milhões de pessoas, disse que deverão ser
impostas restrições, a partir de agosto, se a situação
não melhorar.
Há três semanas, os londrinos estiveram sob alerta de
possíveis problemas de suprimento de água quando o
prefeito da capital, Ken Livingstone, pediu-lhes para
reduzir os gastos com descargas em sanitários. Segundo
ele, não é preciso dar descarga quando apenas se faz
xixi. O prefeito acrescentou que esta é uma questão de
escolha pessoal, embora tenha assinalado que ele mesmo
mudou seu comportamento, apelando aos residentes de
Londres para o seguirem.
A seca que atinge o sul da Inglaterra também se
estende para algumas partes da Europa, incluindo
França e Espanha. As regiões mais a oeste da França,
em particular, estão tendo suas colheitas de cereais
comprometidas, especialmente no que diz respeito ao
milho.
(Fonte The Independent, 18/7)