Dorothy Stang: Dois podem ir a júri já em agosto
2005-07-18
Dois dos cinco acusados pelo assassinato da missionária Dorothy Stang deverão ser levados a júri popular no próximo mês. O advogado de Raifran das Neves (Fogoió) e Clodoaldo Batista (Eduardo), Eduardo Imbiriba não recorreu da pronúncia, feita pelo juiz Lucas do Carmo, da Comarca de Pacajá, que teve o prazo encerrado na última quarta-feira. Já os demais envolvidos, Vitalmiro Bastos de Moura (Bida), Amair Feijoli da Cunha (Tato) e Regivaldo Galvão (Taradão), têm até a próxima segunda-feira para entrar com o recurso. Até ontem, somente o advogado de Vitalmiro Bastos de Moura, Américo Leal, havia entrado com pedido de recurso. Neste caso o processo fica suspenso até o julgamento do recurso.
O juiz Lucas do Carmo pretende separar as peças processuais e dar início à elaboração do chamado libelo acusatório dos envolvidos que não recorreram da pronúncia. A peça processual sustenta a tese da promotoria e é formulada em quesitos. Após a sua elaboração, a defesa dos acusados tem 5 dias para apresentar o contra-libelo ao Conselho de Sentença. - Mesmo que os demais acusados recorram da sentença, na terça-feira começa o prazo para a confecção do libelo referente ao julgamento de Raifran e Clodoaldo -, afirma o juiz.
CAPITAL - O local de julgamento ainda não foi definido, mas há a possibilidade de o júri ser no Fórum da Capital, por causa da estrutura que o local oferece e a oportunidade de acesso, através da internet, ao julgamento. A cobertura on line, tanto das sessões do Tribunal do Júri, quanto do plenário Oswaldo Pojucam, estão disponíveis desde a última segunda feira, 11, no site do TJE (www.tje.pa.gov.br) . - Eu ainda não avaliei esta questão. Depois do libelo e do contra libelo vou avaliar se há condições de ser feito o julgamento em Pacajá.
O Ministério Público ou qualquer um dos acusados também podem pedir o desaforamento -, revela o juiz. Lucas do Carmo também indeferiu o pedido de revogação da prisão preventiva decretada em maio deste ano, de Geraldo Magela Almeida Filho, um dos seis acusados de participar da morte do agricultor Adalberto da Silva Leal, o Cabeludo, assassinado 15 horas após o corpo da missionária ter sido encontrado. A Policia desconhece o paradeiro de Magela.
O juiz argumenta que a prisão de Geraldo Magela se faz necessária por conveniência da instrução processual e para garantir a aplicação da lei penal. Nos depoimentos à Polícia, fica clara a participação de Magela no crime. Na época, a esposa do Cabeludo relatou que no dia do assassinato, oito homens chegaram no barraco onde a família estava abrigada. Após perguntarem sobre a morte de Dorothy, ela ouviu os disparos. Leal foi atingido por dois tiros e morreu na madrugada do mesmo dia. A filha dele, Maria Luciene Rodrigues da Silva, também reconheceu Geraldo como um dos homens que participaram da morte de seu pai. (Amazônia.org.br, 15/07)