Chilenos querem que fábrica de celulose permaneça fechada
2005-07-18
Parlamentares exigem que a fábrica da Celco não volte a funcionar enquanto não haja garantias de que ela vai causar poluição e de que o dano ambiental já causado seja reparado. O senador Antonio Horvath e o deputado Leopoldo Sánchez criticaram duramente os proprietários da empresa que anunciaram mobilizações para reabrir a fábrica. O senador Horvath disse que se vislumbra uma campanha internacional previsível contra a empresa contaminadora, e que é insólito que a Corte Suprema, em sua sentença para não acolher um recurso de proteção, diga que o meio ambiente do santuário está melhorando.
Segundo os organizadores da campanha Ação dos Cisnes, parte da sentença se baseou em estudos falsos entregues por dois advogados da companhia florestal que posteriormente foram separados da causa. Eles estão preocupados com o desemprego que provocou a fábrica da Celco na província de Valdivia, principalmente pelos efeitos da contaminação.
- Não podemos dialogar com a Celco enquanto esta empresa não reconheça sua culpa na contaminação do santuário da natureza em Valdivia. Com esta palavra, um dos porta-vozes do movimento cidadão Ação pelos Cisnes, José Araya, contestou o chamado de representantes da Celulosa Arauco y Constitución (Celco) para conversar e negociar uma solução para a crítica situação ambiental em que ficou a província da Décima Região e em especial as cidades de Valdivia e San José de la Mariquina devido a contaminação provocada pela empresa produtora de celulose.
O porta-voz da associação disse que a cidadania não é responsável nem culpada da crise que levasse ao fechamento indefinido da fábrica de celulose e da situação de incerteza que vivem 1003 trabalhadores diretos e indiretos que trabalham tanto no interior da empresa (258), como nas empresas fornecedoras de serviços para ela. Sobre o anuncio de mobilizações como interrupção dos acessos à cidade, por parte de dirigentes do Círculo Social de Choferes e da Associação de Donos de Caminhões de Valdivia que solidarizaram com os trabalhadores de Celco, José Araya indicou que tais ameaças, se chegarem a ser cumpridas, deixarão em evidência a verdadeira atitude agressiva de um grupo de dirigentes que encabeçam estas negociações.
Em maio deste ano os ambientalistas celebraram o fechamento da fábrica Valdivia de Celulosa Arauco, porque permitiu deter as emissões sobre o Santuário Carlos Anwandter e esclarecer as graves irregularidades técnicas e legais ocorridas durante os últimos meses.
A fábrica de celulose Valdivia de Celco S.A. é acusada de contaminar o Rio Cruces e de matar centenas de cisnes. Ela decidiu fechar suas portas logo que a Corte Suprema negou um recurso apresentado à Justiça pela firma, por ser falso. O presidente do diretório de Celco, Alberto Etchegaray, informou que ordenou o fechamento temporário da unidade em Valdivia, mas assegurou que a empresa não poluiu o Rio Cruces, insistindo que não são responsáveis pela morte dos cisnes.
A medida surge justo na semana em que a Celco foi fortemente questionada pela entrega de um documento falso à Corte Suprema que serviu como um elemento a mais para rechaçar um recurso de proteção contrário da firma e que na prática significou levantar a suspeita de funcionamento da empresa. (Eco Agência, 15/7)