Entidades se unem contra as ações de madeireiras
2005-07-15
O combate à atuação de quadrilhas de extração de madeira na divisa do Acre com o Amazonas, denunciadas recentemente pelo Ibama, ganhará um reforço nas próximas semanas. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Federação dos Trabalhadores em Agricultura do Acre (Fetacre) e o Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS) farão uma campanha para deter o avanço das quadrilhas, que vêm desalojando seringueiros e ribeirinhos.
O fenômeno do êxodo rural é antigo, mas sua origem sempre esteve ligada à falta de infra-estrutura em ramais e de garantia de preços para os produtos agrícolas, fatores que encarecem o transporte e inviabilizam o escoamento da produção. Com as madeireiras, a maioria deslocada do Mato Grosso pela operação pente-fino da Polícia Federal, o problema ganhou novas dimensões. - Recebemos a informação de que boa parte dessas madeireiras veio para o Acre e que aqui estão avançando sobre seringais e pequenas propriedades, comprando-os e expulsando os pequenos produtores para as cidades. Precisamos lutar contra isso e impedir que esses gananciosos latifundiários improdutivos transformem a nossa floresta num grande pasto -, disse o presidente da CUT no Acre, Manoel Lima.
Numa reunião que aconteceu ontem, no Ministério Público Estadual (MPE), as entidades pediram apoio às políticas de fixação do homem da floresta e disseram que vão intensificar a fiscalização na mata, com o auxílio dos sindicatos de produtores rurais. - Com o êxodo rural quem perde é o pequeno produtor, que vem para a cidade sem qualquer estrutura de sobrevivência e se perde em meio à concorrência pelo mercado de trabalho. O local em que ele viveu, por sua vez, é transformado em pasto ou tem a floresta transformada em grandes capoeiras -, reclama Lima. (Amazônia.org.br, 14/07)