Ibama e PF se unem para combater crimes ambientes no Nordeste e em Minas Gerais
2005-07-14
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) e a Polícia Federal assinaram convênio nessa quarta-feira (13) para combater crimes ambientais em todos os estados do Nordeste e em Minas Gerais. O principal objetivo do convênio é coibir a caça de aves como a arara-azul-de-lear, ameaçada de extinção, e todas as práticas de tráfico de animais. Em 2002 e 2003, o Ibama recolheu mais de 74 mil aves, 10 mil répteis e 4 mil mamíferos contrabandeados.
O convênio cria o Centro de Integração e Aperfeiçoamento em Policia Ambiental da Caatinga (Ciapa), para habilitar policiais federais e analistas do Ibama no combate ao tráfico de animais, à caça predatória e ao desmatamento da vegetação nativa nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e Minas Gerais. - A biodiversidade da caatinga é muito grande e a fauna, muito representativa. Os traficantes sabem disso, por isso eles acabam com essa fauna, roubam pássaros e determinados animais para exportação -, disse o presidente do Ibama, Marcus Barros.
O centro funcionará na Estação Ecológica Raso da Catarina, a 400 quilômetros de Salvador, com uma delegacia da Polícia Federal e salas de aula para capacitação. O projeto receberá investimentos de cerca de R$ 1 milhão, da compensação ambiental de empreendimentos da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). - A caatinga é um ecossistema bastante diferenciado e agressivo, por isso é importante que as pessoas compreendam a importância desse bioma para o Brasil e para a sociedade como um todo -, explicou o diretor de Gestão de Pessoas da Polícia Federal, José Roberto Alves. Para o presidente do Ibama, as atividades dos profissionais que forem treinados no centro também poderão diminuir o tráfico de drogas na região. - São dois tipos de tráfico que fazem mal para o homem, mas nós estamos juntos com a Polícia Federal na realização desse trabalho.
O Centro deverá começar a funcionar em dois meses. De acordo com o Ibama, o tráfico internacional de animais movimenta anualmente mais de US$ 1 bilhão no mundo. O principal destino dos animais capturados ilegalmente no Brasil é a Europa, seguida por Estados Unidos e Canadá. (Eco Agência, 14/07)