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2005-07-14
O presidente da Eletronuclear, Paulo Figueiredo, disse ontem (13/07) que a saída de José de Dirceu da Casa Civil, e a ida de Dilma Rousseff para a pasta, não deverá minar os planos de construção da usina de Angra 3. Para Figueiredo as atuais tormentas políticas apenas atrasaram os planos da estatal nuclear, mas em uma previsão bastante pessimista, o projeto deverá estar nas mãos do presidente para aprovação, no máximo, no início do ano que vem. – A troca de ministros não deverá mudar muita coisa. A ministra Dilma Rousseff não é contra o projeto, como se tem falado. Ela apenas não defende o momento como oportuno para a construção da usina – afirma Figueiredo.

De acordo com o presidente da Eletronuclear, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) deveria ter encaminhado o projeto de Angra 3 ao presidente neste mês de julho. Porém os escândalos políticos e a reforma ministerial teriam adiado esse encaminhamento. Ele acredita que o cenário político deve se estabilizar em breve e que, dentro de aproximadamente um mês, o CNPE faça o encaminhamento. Para o diretor de recursos minerais das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Guilherme Camargo, o momento é mais do que oportuno. –Está faltando informação para o presidente sobre a gravidade do cenário do nosso sistema elétrico. A demanda está crescendo e as opções que temos são a escassez a longo prazo. É importante frisar que Angra 3 é ecologicamente sustentável. Eu acho até que o argumento do aquecimento global é dispensável diante de tantos estudos que comprovam a supremacia da energia nuclear no quesito ambiental e economicamente viável, 30% dos investimentos já foram feitos, ou seja, outra usina levaria muito mais tempo e sairia muito mais caro – sustenta Camargo. Segundo Paulo Figueiredo, já foram feitos investimentos de 600 milhões de euros e faltam 1,8 bilhões (euros). (GM, 14/07)

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