ONG gaúcha tenta alavancar projetos
2005-07-13
Por Ingrid Holsbach
A organização não-governamental Instituto de Gestão Ambiental (Inga) está começando a implantar seus projetos na prática. A dificuldade maior é a de todas as outras: falta absoluta de apoio governamental e recursos financeiros.
Um dos projetos recém iniciados é o levantamento da diversidade dos quelônios no Delta do Jacuí. Quelônios, nada mais são que tartarugas ou cágados. O trabalho iniciado há dois anos está contribuindo para atualização do Livro Vermelho da Fauna, que traz as espécies ameaçadas de extinção no Rio Grande do Sul. Outro objetivo da ONG é o de pressionar o Governo do Estado a desistir da idéia de tranformar o Parque Estadual Delta do Jacuí em uma Área de Preservação Permanente, o que, em tese, significaria menor fiscalização.
Outro projeto destacado por Filipe Viana, membro do Inga, é a elaboração de Planos de Gestão para Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPNs) de Porto Alegre. Uma das áreas a serem estudadas pertence à própria família de Viana, estudante de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). É ele quem idealizou o projeto para a área de 140 hectares pertencente à sua família. Por lá, explica ele, existe um espaço exclusivamente destinado a realização de cursos como um promovido em junho intitulado Identificação da Flora do Morro São Pedro, que contou com 25 inscritos. — O curso teve duração de três dias e foi um sucesso-, garante.
Uma outra área também está na mira dos ecologistas do Inga. Fica na Reserva Biológica do Lami, zona sul da cidade, com 80 hectares e também RPPN. Rodrigo Cambará, técnico responsável por este projeto lembra que o local possui um ecossistema rico chamado restinga, localizado sobre um cordão de dunas.
A Reservado Lami foi criada em 1975, tem como principal função a preservação e a pesquisa científica. Possui 77,3ha de extensão e está localizada às margens do Guaíba. Uma de suas finalidades é a proteção da Efedra (Ephedra tweediana), trepadeira rara nativa do Rio Grande do Sul, além de abrigar espécies como capivaras, ratões do banhado, graxains e ouriços-cacheiros, além de animais ameaçados de extinção como a lontra e o jacaré-de-papo-amarelo.