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2005-07-12
O Brasil é hoje uma referência mundial em termos de reciclagem. recordista na transformação de latas de alumínios, o pais apresenta índices elevados de reciclagem de vários tipos de embalagem, principalmente se levarmos em consideração o fato desse processo não ser obrigatório por lei como acontece em outros grandes países recicladores.

Entre os setores que mais se destacam em relação à reciclagem, estão os segmentos de alumínio, que recicla 95,7% da sua produção, o de papelão ondulado com 77,3%, as latas de aço em geral com 40% e 88% de latas de bebidas no Nordeste, o de vidro com 44% e o de PET com 48%.

Conforme levantamento publicado pelo Cempre - Compromisso Empresarial para a Reciclagem, a reciclagem no Brasil já acontece de maneira crescente, impulsionada pela atividade de catadores e por meio de iniciativas pontuais da sociedade civil. Quando implementada a coleta seletiva em municípios pelo próprio poder público, ganha-se escala e eficiência operacional. Segundo a entidade, o Brasil conta com um parque industrial já instalado e capaz de reciclar os diferentes tipos de materiais de embalagens disponíveis no mercado.

Este segmento industrial processa esses materiais e vende para diversos setores como indústria automobilística, têxtil, construção civil, utensílios de plástico e até mesmo para o segmento de embalagens não alimentícias. Como os demais setores produtivos, a indústria recicladora necessita ter a sua eficiência operacional e econômica para se manter ativa e crescente, ganhando economia de escala.

No Brasil, o papelão ondulado, utilizado desde 1935 nos parques industriais, exibe taxas expressivas de reciclagem, consideradas uma das maiores do mundo. Historicamente, a reciclagem neste setor tem apresentado forte evolução: em 1992, foi de 68,2%, saltando para 71,6% em 1997 e, em 2001, chegou a 75%. Este ciclo, que hoje atinge 77,3% das embalagens de papelão ondulado produzidas, alivia os aterros pela geração cada vez menor de resíduos sólidos, e propicia milhares e milhares de empregos diretos e indiretos em todas as suas fases – desde os catadores de aparas até a chegada dos produtos embalados às mãos dos consumidores.

No ano passado, os principais segmentos consumidores de embalagens de papelão ondulado foram os produtos alimentícios, com 35,9%, químicos e derivados, 9,2%, avicultura e fruticultura, 8,9%, bebidas e fumo com 5,9%, têxtil e vestuário, 3,8%, produtos farmacêuticos e perfumaria, 3%, metalurgia, 2,7%, eletro-eletrônicos, com 2,1% e outros 14,1%.

Em 2004, o Brasil bateu novamente o recorde mundial de reciclagem de latas de alumínio para bebidas, com índice de 95,7%, 6,7%, acima de sua marca anterior. Pelo quarto ano consecutivo, o país lidera o ranking mundial que inclui apenas os países em que a atividade não é obrigatória por lei, entre os quais, o Japão e os Estados Unidos, com 51%.

Segundo dados divulgados pela ABAL – Associação Brasileira de Latas, e pela Abralatas– Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade, a performance brasileira atingiu a marca de 121,3 mil toneladas de latas de alumínio recicladas em 2004, que corresponde a cerca de 9 bilhões de latas no ano ou 25 milhões de latas por dia, ou ainda, mais de um milhão por hora.

As latas de alumínio são o carro-chefe da reciclagem. Em escala crescente, a cada ano, o reaproveitamento desse tipo de sucata tem levado o Brasil ao topo do ranking mundial desde 2001. Hoje, somente a etapa de coleta – a compra das latas usadas – injeta anualmente R$ 450 milhões na economia nacional, volume financeiro equivalente a empresas que estão entre as 500 maiores do país.

Esse resultado é fruto da conjugação de vários aspectos. O principal deles é o fato do país possuir um mercado de reciclagem já estabelecido em todas as suas regiões. Além disso, a facilidade na coleta, transporte e venda e o alto valor da sucata de alumínio, aliado à grande disponibilidade durante todo o ano estimularam a reciclagem das latas de alumínio para bebidas, provocando também mudanças no comportamento do consumidor.

Um dos principais fatores que mais contribui para o progresso da reciclagem é o engajamento da classe média. A mudança de comportamento da população atualmente impulsiona ainda mais esta atividade. Entre 2003 e 2004, a participação de condomínios e clubes na coleta de latas usadas cresceu de 10% para 19%. Outro dado relevante é o surgimento de cooperativas e associações de catadores em todo o país. A participação dessas entidades na coleta de latas de alumínio passou de 43% para 52% nos últimos quatro anos.

O vidro também apresenta grandes benefícios frente à reciclagem. Com 1kg de matéria-prima virgem obtém-se 800 gramas de vidro ao passo que 1kg de caco resulta em 1kg de vidro.

A indústria vidreira garante a recompra de caco pelo valor da matéria-prima. Hoje são mais de 1.000 entidades, entre cooperativas e micro empresas, fornecendo à indústria o material, o que garante um índice de reciclagem de 44% no setor.

A Abividro– entidade que congrega indústrias automatizadas de vidros do Brasil, em parceria com o Sebrae, lançaram a campanha Seja um Parceiro 100%. O projeto identifica e a Abividro certifica os bares e restaurantes do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Fortaleza e Recife que assumirem compromisso com a reciclagem de vidro e de outros materiais recicláveis. O objetivo é incentivar a prática da coleta seletiva e o comprometimento do empresariado com a questão ambiental.

Os pontos-de-venda das cidades recebem material explicativo e um convite de cadastramento na Abividro ou no Sebrae. A Associação será responsável pelo treinamento e, posteriormente, por uma avaliação durante três meses das práticas dos estabelecimentos interessados em participar. Os aprovados receberão o certificado 100% Parceiro do Meio Ambiente.

Por fim o PET, cuja indústria tem investido muito nesta atividade. Em 2004, a Indústria Recicladora de PET reprocessou 48% das embalagens pós-consumo, num total de 141.500 toneladas. O crescimento da reciclagem, entre 2002 e 2003, chegou a 35%. Para 2004, a previsão é de 173 mil toneladas recicladas.

Dezenas de indústrias processam o PET pós-consumo, produzindo bens como embalagens para não-alimentícios, fibra de poliéster para indústria têxtil, mantas para obras de geotecnia, vassouras e escovas, cordas, produtos de uso doméstico, tubos para esgotamento predial, telhas, filmes, chapas, entre outras. (Com informações do Cempre - Compromisso Empresarial para a Reciclagem)

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