A regularização fundiária é o ponto mais sensível nesta fase de implantação do Parque Nacional Serra do Itajaí. Uma dezena de proprietários está há anos na região, em terras que herdaram de seus antepassados. Hans Schadrack, proprietário do Parque Ecológico Spitzkopf (em Blumenau/SC), diz que ainda não foi procurado pelo Ibama. - O que vem acontecendo é que algumas pessoas vieram aqui com a intenção de entrar de graça, alegando que o parque agora é do governo federal -, diz o empresário, que desde 1988 passou a explorar o parque turisticamente. O patrimônio ecológico pertence à família Schadrack desde 1907. Hoje, soma mais de 5 milhões de metros quadrados. - Naquela época, ninguém falava em preservação ambiental -, lembra Hans.

O Spitzkopf consta como atração turística no Guia 4 Rodas, e em outros guias turísticos sobre o Brasil, editados em diferentes países. O parque localiza-se na parte Sul do município de Blumenau, onde se forma uma das nascentes do ribeirão Garcia, importante afluente do rio Itajaí-açu. O pico do morro - com 980 metros acima do nível do mar - é também o divisor de águas dos municípios de Blumenau e Indaial e nele hoje pode ser visualizada a área de 50 mil metros quadrados atingida por um incêndio em 1995. - A natureza vem se recompondo, mas precisa de mais 30 anos para uma recuperação total da vegetação que predominava na área -, informa Hans Schadrack.

O parque já foi palco de pesquisas para ambientalistas de todo o mundo. Em 1977, o doutor Charles Hogue, do Natural History Museum Los Angeles Country, esteve no local pesquisando sobre insetos. Em 1992, o doutor Lynn Clark, da Iowa State University, fez uma pesquisa sobre o bambu do Brasil. Hans Schadrack não acredita na eficácia da fiscalização pelo Ibama no local. (A Notícia, 11/07)