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2005-07-12
Dezenove indústrias de bijuterias do pólo de Limeira receberam na noite de quinta-feira (7/7), no anfiteatro ISCA Faculdades, certificados de participação no Programa Produção Mais Limpa, desenvolvido pela CETESB, em parceria com a Associação Limeirense de Jóias (AJL), Sindijóias e CIESP. Através deste projeto, as empresas participantes reduziram o consumo de água, energia, matérias-primas e os gastos com tratamento de efluentes e disposição final de resíduos, com ganhos econômicos e ambientais muito significativos. No evento, também foi apresentada e distribuída a publicação Guia de Produção Mais Limpa dirigido ao setor de bijuterias, cujo conteúdo está disponibilizado na página da CETESB na Internet - www.cetesb.sp.gov.br .

Em linhas gerais, o conceito P+L pode ser resumido como uma série de estratégias, práticas e condutas econômicas, ambientais e técnicas, que evita ou reduz a emissão de poluentes no meio ambiente por meio de ações preventivas, ou seja, evitando a geração de poluentes ou criando alternativas para que a matéria-prima utilizada na fabricação de produtos ou seus resíduos possam ser reutilizados ou reciclados.

—É o que chamamos de ecoeficiência. Uma linha de produção com responsabilidade, mais eficiente, econômica e com menor impacto ambiental, afirmou o presidente da CETESB, Rubens Lara, durante o evento que marcou o encerramento do projeto P+L junto às indústrias de bijuterias.

A agência ambiental já desenvolveu guias técnicos e manuais de implementação de programas de P+L junto aos segmentos industriais de galvanoplastia, têxtil, curtumes, sucos cítricos, cervejas e refrigerantes e da indústria gráfica, além do setor de bijuterias. — O resultando que estamos encontrando são bastante animadores, o que mostra que estamos no caminho certo - , observou Lineu Bassoi, diretor de Engenharia, Tecnologia e Qualidade Ambiental da CETESB, acrescentando que trabalhos de parceria como esses, serão a tônica da instituição para os próximos anos.

O evento também contou com a participação do vice-prefeito de Limeira, Orlando José Zovico; Dionísio José Gava Jr., do Sindijóias; Angelo José Pecebom, da Associação Limeirense de Jóias e Marco Fábio Prada, do CIESP de Limeira. Flávio de Miranda Ribeiro, gerente do Setor de Tecnologias de Produção Mais Limpa da CETESB fêz a apresentação do projeto P+L no setor de bijuterias.

Casos de sucesso
O setor de fabricação de bijuterias, por envolver processos de fundição e galvanoplastia, é visto com preocupação por seu potencial poluidor. No Estado de São Paulo, onde estão registradas 644 empresas do setor, cerca de 50% delas encontram-se no município de Limeira. A quase totalidade é formada por pequenas e microempresas, que individualmente causam pouco impacto, mas em conjunto tornam esse impacto significativo. Em função disso, a CETESB criou, anos atrás, um projeto piloto para a região, com participação e parceria da indústria e associações locais de bijuterias. Na primeira fase, estavam envolvidas apenas cinco empresas, número que evoluiu para 19, na segunda e última fase, mais recentemente, a partir de 2002, incluindo três fornecedores.

Um exemplo ilustrativo das vantagens da P+L é o caso da empresa Quarta Dimensão Exportação e Importação Indústria e Comércio Ltda, um dos três casos de sucesso apresentados no encerramento do programa. Numa primeira etapa, ela utilizava dispositivos conhecidos como chuveiros; em seu processo de lavagem de peças, consumindo muita água, em torno de 1.220 metros cúbicos por ano. Ao substituir os chuveiros por aspersores, o consumo de água baixou para 552 metros cúbicos anuais, representando uma redução de 55%. Numa etapa mais recente, com um sistema de troca iônica, que também permite a reutilização de água em circuito fechado, a redução foi de 29%. Para se ter uma idéia, em termos de redução de custos, considerando-se o consumo do tempo dos chuveirões, pagava-se o equivalente a R$ 11,7 anuais, significativamente mais que os R$ 4,3 mil, gastos com o atual sistema de troca iônica.

Outros casos apresentados foram o da Indústria Gianel Ind. e Com. De Bijuterias, que obteve uma redução de matéria-prima, enegia e menos geração de efluentes com a implantação de um novo sistema de arraste por gradeamento; e da Eletrochemical, da área de galvanoplastia, que também obteve significativa redução de lodo contaminado.

Ao final das apresentações, o químico Carlos Eduardo Medeiros Pacheco, da agência ambiental da CETESB de Limeira, mostrou aos presentes os ganhos ambientais obtidos no Projeto de Produção Mais Limpa junto às 19 indústrias que se integraram ao projeto.

Segundo levantamento feito pela CETESB, no município de Limeira existem 150 indústrias cadastradas como galvânicas, sendo 33% de jóias folheadas, 47% de fabricação de peças brutas (sem galvanoplastia) e 20% de outros tipos. Esta concentração do setor em Limeira foi o principal motivador do Projeto Piloto de Prevenção à Poluição desenvolvido pela Divisão de Tecnologias Limpas e Qualidade Laboratorial e pelo Setor de Tecnologias de Produção Mais Limpa da CETESB. (Fonte: Assessoria de Comunicação da Cetesb)

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