Para cientista espanhol, armazenamento de CO2 no fundo do mar pode ser energia alternativa
2005-07-12
A captura de dióxido de carbono e seu confinamento no fundo do mar são algumas das possibilidades que a ciência oferece diante de um futuro energético difícil, no qual, inevitavelmente, a energia nuclear será retomada. Foi o que expôs o catedrático da Universidade Politécnica de Madri e presidente do Comitê Científico e Técnico da Euratom, Agência de Energia Nuclear da Europa, José María Martínez Val, durante sua participação no curso 25 anos do Conselho de Segurança Nuclear, no Ano Internacional da Física, que se comemora nesta semana em San Lorenzo de El Escorial, em Madri.
Na opinião do cientista, a energia nuclear voltará a ser retomada, mas antes devem-se resolver problemas sociopolíticos importantes. Val assinalou, contudo, que não trabalharia em um setor que permitisse a ocorrência de uma nova Chernobyl. Segundo ele, um dos problemas da energia nuclear são os resíduos radioativos, para os quais deve ser investigada a sua transmutação em substâncias com menor radiotoxicidade e mantê-los em armazenamentos seguros.
O cientista assinalou que um dos maiores problemas enfrentados pelo mundo atualmente são os gases de efeito estufa. Os remédios para problemas como a não-assinatura do Protocolo de Kyoto, segundo ele, são uma reação política visceral. –O que ocorreu em Kyoto é um exemplo do mais absoluto divórcio existente entre a ciência e a tecnologia política, acrescentou. (El Mundo, 12/7)