Pirenópolis é sede do maior evento de construção natural da América Latina
2005-07-11
A casa do futuro não será construída com concreto, metais e outros materiais cuja obtenção demanda elevado gasto energético. Esta casa usará energias renováveis como a luz solar e os ventos. A casa do futuro não produzirá lixo e não representará impacto negativo para o meio-ambiente. O atual modelo de construção, baseado na exploração sem limites dos recursos naturais, está condenado ao fracasso. Este é o entendimento dos organizadores do Bioconstruindo 2005, o maior evento de construção natural da América Latina, que se realiza de 16 a 24 de julho no Ecocentro IPEC - Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado, em Pirenópolis (GO). — O Bioconstruindo mostra, em uma série de oficinas, que é possível habitar o planeta de maneira sustentável, vivendo bem, sem destruir o meio ambiente, sem consumir à exaustão, sem poluir e sendo feliz - diz o diretor do Ecocentro IPEC, André Soares.
Segundo ele, é possível substituir nas construções grande parte do cimento, dos plásticos e dos materiais tóxicos por elementos inócuos existentes na Natureza. — É isto que tentamos mostrar no Ecocentro - explica. Entre as técnicas de construção a serem trabalhadas no Bioconstruindo estão adobe, taipa de pilão, taipa leve, fardo de palha, bambu e rebocos naturais. Haverá ainda oficinas de sanitários compostáveis, biorremediação e biodiesel, entre outras.
Entre os instrutores convidados estão os arquitetos Johan Van Lengen e Vitor Lotufo. A permacultora equatoriana Emily Capello, o inventor Mauro Rocha e o construtor em bambu Lúcio Ventania também participam do evento, além da equipe do Ecocentro Ipec. Hoje, as facilidades modernas nos permitem re-testar técnicas ancestrais, aprimorando e adaptando seu uso, experimentando a construção de casas desenhadas para a qualidade de vida. O Bioconstruindo é uma jornada em que a prática da construção orgânica ocupa o espaço da discussão teórica - conta André Soares. (EcoTerra, 11/07)