FCO e empresas cubanas vão testar agroquímicos biológicos em MT
2005-07-11
A utilização de inseticidas e fertilizantes biológicos
em lavouras de soja, milho e algodão pode não estar
longe de se concretizar. A Fundação Centro Oeste de
Pesquisa Agropecuária e empresas cubanas assinaram
um termo de cooperação técnica para o desenvolvimento
e acompanhamento de produtos que adotam essa
tecnologia. Os testes em lavouras começam em novembro
desse ano e serão acompanhadas por pesquisadores
cubanos e brasileiros para comprovar a eficácia dos
mesmos.
O pesquisador da Embrapa, Eleusio Curvelo Freire, que
trabalha na Fundação Centro Oeste, explica que no
Brasil é uma iniciativa inédita de testar inseticidas
e fertilizantes biológicos em lavouras mecanizadas de
milho, algodão e soja. - No Brasil já existem alguns
produtos similares com tecnologia nacional mas são
usados somente em pequenas propriedades e voltados a
hortifrutigranjeiros. Não há nenhuma pesquisa para
lavouras comerciais - assegura. Para ele a utilização
de inseticidas e fertilizantes biológicos apresenta
três vantagens: menor poluição do meio ambiente,
melhoria na imagem do agronegócio perante a sociedade
e principalmente, redução de custos, uma vez que esses
produtos vão custar menos do que os convencionais
produzidos pelas multinacionais.
As negociações para a parceria começaram em setembro
do ano passado, mas nessa semana dois pesquisadores
cubanos do Instituto de Investigaciones de Sanidad
Vegeta, engenheiro Nicell Regalado López e do
Instituto de Investigaciones Fundamentales em
Agricultura Tropical, engenheiro Pedro Pablo Rivero
Hayes, e ainda o proprietário da empresa Labiogra José
Francisco Klaus estiveram visitando lavouras na região
de Primavera do Leste para agilizar a concretização do
termo de cooperação. Os dois institutos cubanos são
ligados ao Ministério de Agricultura de Cuba e a
empresa Labiogra está intermediando junto a outra
empresa Biofan, que também é ligada ao Ministério
cubano para que depois dos testes feitos e de ser
concedido o pedido de registro dos produtos seja
colocada em prática uma terceira etapa do projeto que
é a construção de uma fábrica em Primavera do Leste.
Francisco Klaus explica que a implantação da fábrica
de inseticidas e fertilizantes biológicos vai depender
do sucesso das demais etapas e ainda da viabilidade
comercial dos produtos. Na fase de testes será
comprovada a eficácia de 10 produtos biológicos sendo
três fertilizantes, seis inseticidas e um outro
inseticida a base de Nim, conhecido como oleonim 80CE
(que usa uma planta originária da Índia). Os
experimentos serão realizados somente no campo
experimental da Fundação Centro Oeste para um maior
controle de qualidade e reduzir o volume de produtos
importados de Cuba. Ao final dessa fase os
pesquisadores da Fundação Centro Oeste e também de
Cuba farão um relatório que deve pedir o registro
desses princípios ativos junto ao Ministério da
Agricultura. (Página Rural, 08/07)