(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2005-07-11
Há 20 anos, o Serviço Secreto Francês colocou minas no casco de um navio do grupo ambientalista Greenpeace, enquanto a embarcação estava ancorada num porto da Nova Zelândia, e explosões fizeram amplos buracos nela. O afundamento do Rainbow Warrior (Guerreiro do Arco-íris) tentava impedir os protestos contra os testes nucleares franceses no Atol de Mururoa, no Pacífico. As explosões mataram o fotógrafo da Greenpeace, Fernando Pereira, lembrado no último dia 9/7 em manifestações em Auckland (NZ) e Paris.

Muito dessa deliberada sabotagem do governo francês tornou-se conhecida graças à tenaz perseguição do caso pela imprensa daquele país. Mas no sábado passado (9/7), exatamente 20 anos após a operação, o jornal Le Monde acrescentou um outro capítulo intrigante ao publicar o que chamou de contabilidade dos eventos escrito pelo homem encarregado dos planos.

O administrador Pierre Lacoste, antigo líder do Diretório Geral de Segurança Externa da França, o serviço de inteligência externo, disse que, em um relatório de 1986, ele pessoalmente obteve aprovação do então presidente François Mitterrand para afundar o navio. Relatórios da imprensa francesa e livros haviam dito antes que Mitterrand estava informado sobre o avanço das operações do Rainbow Warrior, mas não citou fontes. Le Monde agora acaba de publicar longos trechos, palavra por palavra, sobre o que ele denomina de um relatório de 23 páginas, manuscrito, escrito por Admiral Lacoste, o qual permanceu secreto até agora e nunca circulou dentro do governo.

O texto possibilita raros momentos de reflexão sobre as operações secretas do governo francês, planos de sua negativa e subseqüentes tentativas de encobrir o caso, bem como o apelo de ignorância por elevados oficiais, incluindo o próprio presidente Mitterrand. Dando uma página inteira ao caso, a matéria publicada no Le Monde começa já na página de rosto, com uma grande charge de Mitterrand, vestido como um homem-rã, com o capacete ligado ao oxigênio e com uma bomba sob um dos braços, contando a crianças de escola uma história: — Naquele tempo, apenas presidentes tinham o direito de fazer terrorismo.

Le Monde não diz onde conseguiu o documento, mas Admiral Lacoste, agora com 81 anos, deu diversas entrevistas par vários jornais recentemente. Seu relatório diz que ele discutiu o plano com Mitterrand — é costume, na França, que líderes oficiais discutam assuntos e reportem-se diretamente ao presidente — em um encontro, em 15 de maio de 1985. —Eu perguntei ao presidente se ele estava me dando autorização para colocar em prática o plano de neutralização (para o navio) que eu preparei por requerimento de Hernu, escreveu Lacoste. Naquela época, Charles Hernu era o ministro da Defesa. —Ele deu sua concordância enquanto assinalava a importância dos testes nucleares. Eu não entrei em grandes detalhes a respeito do plano porque a autorização estava explícita, acrescentou.

Lacoste disse que o plano que ele discutiu com o ministro da Defesa envolvia uma pequena explosão para ter certeza de que a tripulação deixaria o navio, e então uma Segunda, uma explosão maior, para afundar a embarcação. —Enquanto estava pessoalmente reticente, disse, ele urgiu para que o plano fosse executado, obteve fundos e informou oficiais sênior.

Mais tarde, conforme Lacoste, os altos oficiais e o presidente negaram dar a conhecer a questão. —Eu gostaria de nunca ter lançado tal operação sem a autorização pessoal do presidente, escreveu ele, no final do relatório. O afundamento do navio levou à prisão de dois agentes secretos franceses, na Nova Zelândia, enquanto o ministro da Defesa e Admiral Lacoste foram forçados a renunciar. A França também pagou uma grande soma em indenizações à Nova Zelândia e ao Greenpeace, que então teve que substituir o navio.

Sábado (9/7), em Paris, uns 500 ativistas da ONG, procedentes de mais de 20 países, lembraram o 20º aniversário do afundamento do navio, ocorrido na Baía de Auckland (Nova Zelândia) por agentes do serviço secreto francês. Os ativistas formaram o símbolo da paz junto à Torre Eiffel e, depois, vestidos com camisetas de diferentes cores, fizeram um grande arco-íris enquanto era aberto um grande cartaz onde se lia —Não se pode afundar um arco-íris.

Além disto, eles fizeram um minuto de silêncio em memória de Fernando Pereira, fotógrafo da Greenpeace que morreu no atentado, estendendo a homenagem a todas as vítimas da violência, da guerra e do terrorismo.

—Nenhuma bomba é aceitável. Nem as que afundaram o Rainbow Warrior quanso ele tratava de evitar os testes em Mururoa, nem as utilizadas por terroristas, nem as que Estados Unidos, Reino Unido, França e outros países mantêm em seus arsenais nucleares, afirmou a Greenpeace, que trabalha desde a década de 70 por um mundo sem armas nucleares. (Fontes: New York Times e El Mundo, 10/7)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -