Rio Grande do Sul vai financiar biocombustível
2005-07-08
O banco de fomento Caixa-RS passará a operar com uma modalidade de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) específico para o segmento de biodiesel no Estado. As condições se estendem da fase agrícola das oleaginosas, produção de óleo bruto, armazenamento e aquisição de maquinário até o beneficiamento de co-produtos. O empréstimo é de até 90% dos itens passíveis de apoio para projetos com selo combustível social (que atendem uma série de medidas de inclusão na agricultura) e até 80% para os que não tem. O anúncio foi feito ontem durante o seminário Biodiesel - Combustível Verde, em Porto Alegre.
De acordo com o vice-presidente da Caixa-RS, Rogério Augusto de Wallau, o Estado tem uma grande produção de oleaginosas, como a soja e o girassol, e potencial para canola e mamona. A partir de 2008, a adição de 2% de biodiesel no óleo diesel será obrigatória no Brasil, passando para 5% cinco anos depois. O presidente da Brasoja e vice-presidente da Federasul, Antônio Sartori, observa que, se for feita uma projeção de adição de 2% de biodiesel ao óleo diesel, isto representará uma demanda de 900 mil toneladas/ano de óleo vegetal até 2008 e 2,7 milhões até 2013. Para Sartori, o setor público ainda não se engajou no desenvolvimento do produto. Ele destaca que em outros mercados, como Estados Unidos e Europa, a implementação do biodiesel é considerada estratégica e realizada com o apoio dos governos. O presidente da Comissão de Biodiesel da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e sócio-diretor da Granol, Juan Diego Ferrés, defende a desoneração tributária nos próximos cinco anos para o segmento, para que o produto consiga ser competitivo. (JC, 08/07)