Perguntas amazônicas: José Reinaldo Tavares, Maranhão
2005-07-08
O senhor é a favor ou contra a internacionalização da Amazônia?
Sou totalmente contra a internacionalização da Amazônia. Esse patrimônio de valor inestimável é nosso. Mas não se deve fechar os olhos para a cobiça internacional sobre a região. Afinal, calcula-se que o potencial mineral na região está entre 1,5 e 2 trilhões de dólares. Se acrescentarmos a isso a diversidade da flora e da fauna, fica difícil quantificar valores. Talvez, o termo internacionalização, hoje, mas do que a ocupação bélica pura e simples, deva-se à falta de cuidados para evitar a pirataria sobre biodiversidade, da retirada de recursos naturais por laboratórios estrangeiros sem que nada se reverta para os indígenas e outros habitantes seculares da região, que são os verdadeiros cientistas, já que sabem a utilidade e a função de cada planta da selva amazônica.
O que deve ser feito para salvá-la?
Entendo que o Governo do Brasil deve abrir, urgentemente, canais de diálogo com toda a sociedade para discutir, com a clareza necessária, a preservação da Amazônia. Deve criar mecanismos de controle e fiscalização que atuem, efetivamente, na defesa da região, e isso inclui os indígenas, os pequenos lavradores, a fauna, a flora e os recursos minerais. O Brasil deve rever, enfim, a forma como vem atuando para preservar a Amazônia. Esse jogo de faz-de-conta a que estamos assistindo não é a política ideal. Ao contrário, a devastação de imensas áreas da floresta é um fato irrefutável, o que tem termina gerando especulações intervencionistas.
O JB Ecológico fez estas mesmas duas perguntas para governadores dos oito estados amazônicos. Infelizmente, apesar das inúmeras tentativas, não conseguimos obter resposta dos governadores de Roraima, Ottomar Pinto, de Rondônia, Ivo Narciso Cassol e de Tocantins, Marcelo Miranda. As respostas dos governadores do Amazonas, Eduardo Braga; do Pará, Simão Jatena; do Mato Grosso, Blairo Maggi; e Acre, Jorge Viana também podem ser lidas nesta edição do Ambiente Já.
(JB Ecológico, 07/07)