Barra Grande: Usina bilionária começa a virar realidade
2005-07-07
As comportas da usina hidrelétrica de Barra Grande, foram fechadas na tarde de ontem. A medida vai permitir o enchimento do lago para o início da produção de energia elétrica. O fechamento foi possível graças à obtenção da licença ambiental de operação (LAO), emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O documento era esperado desde maio, mas algumas pendências impediram sua emissão.
Apesar do atraso, a direção da Barra Grande Energética S/A (Baesa), empresa responsável pelo empreendimento, espera aproveitar as chuvas que costumam cair nessa época para formar o lago até 31 de outubro, data prevista para iniciar o funcionamento da primeira unidade de geração da Usina. As outras duas turbinas deverão entrar em operação nos dias 31 de janeiro e 30 de abril, respectivamente. Ao todo o lago tem 94 quilômetros quadrados, sendo sua extensão de 100 quilômetros. Já oram aplicados na obra recursos da ordem de R$ 1.3 bilhão.
A hidrelétrica de Barra Grande tem uma potência instalada de 708 MW, sendo que cada uma de suas três unidades de geração tem capacidade para gerar até 236 MW. Toda essa potência permite atender a aproximadamente 30% da demanda de energia em Santa Catarina. Ela se localiza sobre as águas do rio Pelotas na divisa do município catarinense de Anita Garibaldi e o gaúcho de Pinhal da Serra.
O atraso na liberação da licença para Barra Grande aconteceu por causa de uma diferença existente entre o estudo realizado por terceiros no ano de 2001 e os estudos de mapeamento do uso e ocupação do solo, bem como o inventário florestal da região a ser desmatada, apresentados pela Baesa ao Ibama. O material apresentado pela Baesa possibilitou ao Ibama identificar a existência de florestas de mata atlântica, bem como de araucárias centenárias, na área destinada ao reservatório de água. As araucárias representam 0,2% do total de árvores existentes na área do reservatório. O impasse foi resolvido graças a um acordo firmado entre a Baesa, Ministério Publico Federal e Ibama, através do qual a empresa, como forma de compensar os danos ambientais se comprometeu a realizar uma série de ações. (A Notícia, 06/07)