Alemães investem US$ 130 milhões em energia eólica no Ceará
2005-07-07
O grupo Fuhrlander, baseado em Waigandshain, Alemanha, definiu um programa
de investimentos da ordem de US$ 130 milhões para o Ceará, recursos
aplicados em uma unidade de produção de aerogeradores e em 3 parques para
geração de energia eólica. A soma prevê aporte de capital próprio, do Banco
do Nordeste do Brasil (BNB), do Fundo de Investimento em Direitos
Creditórios (FDIC) e da Adene – Agência para Energia. O diretor presidente
da Fuhrlander Energia do Brasil, José George Lima, adianta que do total
previsto, US$ 5 milhões correspondam a construção da fábrica na área do
Complexo Industrial e Portuário do Pecém, a cerca de 50 quilômetros de
Fortaleza.
As obras da nova indústria, instalada em área global de 14 hectares, iniciam
este mês e deverão ser concluídas em dezembro. O governo do estado vai
apoiar a implantação do projeto com redução de impostos e serviços de
infra-estrutura. Lima diz que a indústria começa a produzir em fevereiro do
próximo anos 12 aerogeradores/mês, volume que passará para 16 unidades em
maio, em dois turnos de trabalho. No primeiro ano de operação a meta da
Fuhrlander é fabricar 104 aerogeradores, cada máquina com capacidade de 1 MW
que serão instaladas em várias cidades do Ceará. – O Ceará é um estado
importador de energia, carente de recursos hídricos, hidrelétricas, biomassa,
mas com grande potencial para geração de energia dos ventos, chances de se
tornar auto-suficiente e até exportar – afirma Lima. O empresário observa
que do total de 570 MW previstos, entre o Programa de Incentivo à Fontes
Alternativas (Proinfa) e usinas do Estado, cerca de um terço correspondem a
projetos da Ventos, empresa criada há dez anos.
Das três usinas de geração de energia eólica que devem ser construídas pela
companhia, duas ficam em Aracati – uma em parceria com o grupo Compescal –
com capacidade de geração de 31 MW e outra própria de 57 MW – além do parque
na praia da Taíba, de 16 MW. Os contatos já foram assinados pela Eletrobrás.
A empresa alemã desenvolve ainda dois projetos para o Rio Grande do Norte,
com capacidades de 100 MW e de 51 MW, que devem ser implementados até o
final de 2007. O empresário afirma que a demanda nos estados do Nordeste
está garantida nos próximos três anos. A empresa já valia projeto para a
implantação de um parque eólico na Paraíba. A energia produzida nas usinas
eólicas será comercializada pela Eletrobrás. (GM, 07/07)