Criação de parque eólico na Inglaterra gera polêmica
2005-07-07
Uma área da cidade de Whinash, na Inglaterra, poderá abrigar
um parque eólico, uma idéia que divide os ambientalistas. Um
grupo deles está tentando impedir uma empresa privada de
criar uma fazenda eólica de 27 turbinas naquela localidade,
cada uma delas com mais de 370 metros de altura. Elas são 70
pés (21 metros) mais altas do que a chama segurada pela Estátua da
Liberdade, por exemplo.
Está, no entanto, havendo uma batalha entre ambientalistas,
pois enquanto alguns rejeitam o projeto, outros o vêem como
necessário para balancear a oferta de energia vinda de
fontes limpas na luta contra o aquecimento global. A meta é
que a Inglaterra consiga gerar 10% de sua energia elétrica a
partir de fontes renováveis até 2010.
Além disto, o primeiro-ministro Tony Blair assumiu o
contencioso contra o aquecimento global como uma das pautas
mais importantes do encontro dos oito países mais ricos do
mundo, o G-8, que se realiza nesta semana, na Escócia, numa
rota de colisão com o presidente Bush.
Como disputas similares acontecem nos Estados
Unidos, da Califórnia até a Virgínia do Oeste, os projetos
eólicos estão dividindo o movimento ambientalista – o de
Whinash deve demandar pelo menos US$ 100 milhões. Está se
levantando a questão sobre até que ponto a energia eólica
não é mais do que um caro experimento para enriquecer as
pessoas que constróem esses geradores e que os colocam em
fazendas ou áreas rurais afastadas. Está também havendo
protestos contra o empreendimento Klondike – um consórcio de
companhias lideradas pela Royal Dutch Shell que quer
construir uma fazenda éolica ainda maior, com 270 turbinas,
custando US$ 2,7 bilhões no local onde o Tâmisa encontra o
Mar do Norte, a 60 milhas de Londres.
Para alguns ambientalistas, a questão mais significativa é localização da fazenda eólica de Whinash, ao lado do Parque Nacional do Distrito de Lake, um sítio que por quase 60
anos é um santuário da vida selvagem protegido, com extensão de 250 milhas de terras a noroeste de Londres. –Não que
eu seja contra a energia eólica – devemos encontrar
alternativas de fontes renováveis de energia – disse Sir Chris Bonington, um dos montanhistas britânicos mais conhecido e
ambientalista. – Mas penso que cada sítio
deveria ser avaliado como uma folha, de um lado levando-se
em conta o impacto estético e ambiental que uma particular
fazenda eólica terá, colocando-se, do outro, os benefícios
da quantidae de energia limpa a ser gerada. Neste tipo de
auditoria, Whinash simplesmente não faz sentido, acrescentou.
(Com informações do The New York Times, 4/7)