G-8: marchas violentas dominam a jornada inaugural
2005-07-07
Manifestantes foram ontem (6/7) reprimidos ao tentar aproximar-se da sede da reunião do G-8, grupo dos oito países mais desenvolvidos do mundo. O encontro realiza-se na Escócia, onde líderes debatem a mudança climática e a pobreza na África.
Em uma jornada marcada pelas violentas marchas, os líderes dos países mais poderosos do mundo instalaram-se nesta quarta-feira (6/7) em um luxuoso hotel escocês de Gleneagles. Mas ainda à tarde, cerca de 400 manifestantes enfrentaram-se com agentes da segurança a poucos metros da sede do encontro. Um grupo de manifestantes encapuzados que tentou ultrapassar a barreira metálica que rodeira o Hotel Gleneagles chocou-se com mil policiais que utilizaram cacetetes e cães para dispersá-los.
Os enfrentamentos ocorreram durante uma caminhada que reuniu erca de quatro mil pessoas que protestaram contra a cúpula do G-8 e que contou com grupos antibélicos e de defesa do meio ambiente, como o Stop the War Coalition (SWC), Campaing for Nuclear Disarmament (CND) e outras agremiações internacionais.
A manifestação, chamada G-8 Alternativo, havia sido proibida na manhã de ontem pela Polícia, logo após um tumulto na cidade de Sterling, onde uma centena de pessoas foram acusadas de incendiar automóveis e de danificar estabelecimentos comerciais. Após algumas horas de negociações com os organizadores do protesto, forças de segurança resolveram suspendê-lo.
Um acordo sobre a mudança climática poderia ser o grande triunfo do encontro, depois que os países do G-8 aprovaram, previamente, duplicar para 49 bilhões de euros a ajuda à África. Mas o estado da economia mundial, com a perspectiva de que o barril de petróleo chegue a 80 dólares, impõe-se de forma inesperada na agenda, a pedido da Alemanha, do Canadá e da França.
Un comunicado de consenso que incluiria uma referência à mudança climática – que os Estados Unidos nega-se até agora a reconhecer – foi obtido nas negociações. Poderia naufragar se o presidente da França, Jacques Chirac, insitisse em mencionar o Protocolo de Kyoto, que é rechcçado por Washington. Os Estados Unidos se opõem ao controle das emissões de dióxido de carbono, que são a base do alto nível de contaminação industrial, com o argumento de que essa posição prejudica a sua economia. (Clarín, 6/7)