O uso de biodigestores passará a ser uma alternativa que irá além da preservação do meio ambiente. Eles também poderão ser usados como um investimento por parte de empresas interessadas em vender créditos de carbono a países industrializados. Essa possibilidade será discutida durante reunião sobre biogás, que reunirá na Embrapa Suínos e Aves, em Concórdia (SC), pesquisadores, agricultores e técnicos de empresas públicas e privadas. - Para médios e grandes produtores, vender créditos de carbono é bem viável - garantiu o pesquisador Aírton Kunz, da Embrapa Suínos e Aves.

O Protocolo de Kyoto, pacto mundial assinado por mais 50 países para deter o aquecimento global, permite que empresas comprem de países que utilizam tecnologias limpas créditos de carbono para compensar a poluição que emitem acima do limite permitido. A previsão é de que o mercado internacional para a compra e venda de créditos se transformará num atraente tipo de investimento.

Os biodigestores podem ser utilizados especialmente no Oeste de Santa Catarina, onde existe oferta abundante de dejetos animais. Por enquanto, a geração de biogás ainda não está presente na maior parte das propriedades rurais. - Já de antemão se pode afirmar que nem para todas as propriedades rurais o biodigestor é indicado. É preciso ter uma certa quantidade de dejetos e um destino do gás gerado que agregue valor às atividades da propriedade - explicou o pesquisador da Embrapa.

A reunião também apresentará os dados levantados pela Embrapa a respeito dos biodigestores implantados em propriedades da região. Produtores também participarão do evento para expor a experiência que possuem no uso dos biodigestores. Além de ajudarem a diminuir os custos de produção, os biodigestores têm ajudado suinocultores a darem um destino adequado aos dejetos suínos. (A Notícia, 05/07)